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Entidades pedem criação de PL contra pulverização aérea de agrotóxicos

Entidades católicas e sem fins lucrativos promovem campanha de mobilização para criação de PL contra a pulverização aérea de agrotóxicos.

Reprodução

A campanha de mobilização para criação do “Projeto de Lei Estadual de iniciativa popular contra a pulverização aérea de agrotóxicos” deu mais um passo. Em coletiva na manhã de quinta-feira (28), foi dada ênfase à importância do processo de coleta de assinaturas para que elas sejam encaminhadas à Assembleia Legislativa do Maranhão.


A coleta de assinaturas contra a pulverização aérea dos agrotóxicos é uma das prioridades do Plano Pastoral do Regional Nordeste 5 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), da Articulação das Pastorais Sociais/Repam, em parceria com organizações da sociedade civil, como a Cáritas Regional Maranhão e a Rede de Agroecologia do Maranhão (RAMA).

Participaram da coletiva o arcebispo da arquidiocese de São Luís do Maranhão e presidente do Regional Nordeste 5 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Gilberto Pastana de Oliveira; o advogado Guilherme Zagallo, e o produtor Marcone Palhano.

Dom Gilberto Pastana pontua que mais importante que a assinatura de todos, é o entendimento e a reflexão sobre os impactos que tal ação, não só para as comunidades que vivem nas regiões atingidas, mas para todos os maranhenses.

“Nós queremos a conscientização. Não basta pegar a assinatura sem a pessoa saber o que está fazendo. É interessante fazer análise, debates para compreender esse modelo de desenvolvimento que nós estamos vivenciando, porque não é só agronegócio, tem problemas agrários, tem problemas de expulsão, tem assassinatos, né? Isso é um embate, um embate entre a vida e a morte. Nós somos defensores da vida, nós queremos a vida, então, todo o projeto que destrói é um projeto que mata, que não gera vida. Então, é necessário que nós nos empenhemos. Não se trata de uma luta, a gente quer conversão, a gente quer mudança de vida, a gente quer que todos entendam que nós estamos matando o planeta. A ganância pelo lucro imediato não está gerando a vida, e quando gera, gera para alguns, mas vai ser uma vida que vai ter problema de consciência, porque eu não acredito que uma pessoa que destrói o ambiente vai dormir tranquilo. Há uma riqueza podre, uma riqueza desonesta”, disse o arcebispo.

A igreja está envolvida nessas questões

Mas porque a igreja está envolvida nessas questões? O arcebispo explica que tudo que fala de vida, importa.

“Vamos mostrar a nossa fé à medida que a gente defende a vida. Então, para nós, o mais importante é esse debate chegar a essa conscientização que muitas vezes as pessoas estão iludidas e não participam desse debate, recebem só as informações oficiais e às vezes aquilo que é deles não é visibilizado. Se fala aqui de agrotóxicos, mas são inúmeras as consequências desse projeto de desenvolvimento que não leva em conta nem a vida humana, nem a vida do planeta. É nesse sentido que a Igreja tem duas responsabilidades: a de conscientização, da ligação entre a fé e a vida; o segundo, é na parte concreta daquelas ações que podem impedir o crescimento desse processo que é cruel, que está destruindo o planeta, então todas as ações que geram vida, sem dúvida nenhuma, terá a contribuição e ajuda de toda a igreja regional”.

160 contaminações por agrotóxicos registradas no estado


O Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo. Diversos estudos comprovam os malefícios para a saúde humana e ambiental da exposição aos agrotóxicos. 

A campanha busca promover o debate acerca do uso indiscriminado do agrotóxico e chamar atenção para os perigos eminentes que diversas comunidades rurais do Maranhão passam diariamente devido ao uso do veneno.

O processo de pulverização de agrotóxico preocupa as comunidades e entidades ligadas aos direitos humanos, pois ele não atinge apenas a área escolhida, espalhando-se para edificações, rios e matas.


De acordo com a Comissão Pastoral da Terra, de 2021 a 2024 foram registradas 160 contaminações por agrotóxicos nos territórios maranhenses afetando 3.198 famílias diretamente. Um número que segundo a CPT podem não retratar a realidade das comunidades, pois muito dados são subnotificados.

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