Casa-exposição Nem Tão Doce Lar chega a São Luís para promover discussão sobre violência doméstica e familiar
Trata-se de uma exposição itinerante e interativa que leva ao espaço público a representação de uma casa familiar com pistas que denunciam a violência.
Nos dias 21 e 22 de novembro, a casa-exposição Nem Tão Doce Lar estará em São Luís (MA) para sensibilizar a sociedade sobre o tema da superação da violência doméstica e familiar. Trata-se de uma exposição itinerante e interativa que leva ao espaço público a representação de uma casa familiar com pistas que denunciam a violência sofrida por mulheres, crianças, jovens, pessoas idosas, pessoas com deficiência e comunidade LGBTQIAPN+.
A iniciativa é da Fundação Luterana de Diaconia (FLD) e em São Luís irá ocorrer em parceria com a Casa da Mulher Brasileira, Faculdade Edufor, grupo ETC da UFMA, Conselho Regional de Serviço Social 2a Região (CRESS), Defensoria Pública do Estado do Maranhão e Comunidade Evangélica de Confissão Luterana em São Luís.
A ação mobiliza para a Campanha 21 Dias de Ativismo pelo fim do Racismo e da Violência contra mulheres, que vai do dia 20 de novembro a 10 de dezembro. No dia 21, a casa-exposição será montada na Faculdade Edufor (Avenida São Luís Rei de França, 19, bairro Turu), e aberta para visitação pública das 8h às 11h30 e das 18h às 21h; e, no dia 22, será realizada na Comunidade Evangélica de Confissão Luterana em São Luís (Rua Antônio Dino, Qd 70, bairro Jardim São Cristóvão), das 7h30 às 11h3, 13h30 às 17h30, e das 13h30 às 17h30.
Durante a visita, é possível circular por diferentes cômodos da casa, identificar as pistas deixadas nos cenários e, ao final, expor as impressões em uma roda de conversa conduzida por acolhedoras e acolhedores.
Há também diversas tarjetas com informações a respeito dos diversos tipos de violência que podem acontecer no ambiente e convívio doméstico e familiar. Desta forma, a exposição sensibiliza, propõe métodos preventivos e incentiva a denúncia. Além da casa-exposição, a iniciativa conta com uma Oficina de Formação para pessoas dos equipamentos públicos e organizações da sociedade civil que atuam na defesa de direitos, visando o fortalecimento da rede de apoio do município.
A oficina será no dia 19 de novembro, na Casa da Mulher Brasileira. Esta não é a primeira vez que a Nem Tão Doce Lar chega ao Maranhão e em sua capital: em 2022, a casa-exposição esteve em São Luís. E nos dias 13 e 14 de novembro deste ano, a iniciativa esteve em Balsas (MA), dando início às atividades no estado, onde mais de 300 estudantes e público geral visitaram a exposição.
Em 2024, a Nem Tão Doce Lar também esteve nas cidades de Santa Maria de Jetibá, Vitória e Afonso Cláudio (ES). Ao total, mais de 900 pessoas visitaram a casa-exposição e 150 pessoas dos equipamentos públicos participaram das Oficinas de Formação este ano. As atividades irão se encerrar no município de Santa Cruz do Sul (RS).
Sobre a Nem Tão Doce Lar
A Nem Tão Doce Lar envolve uma metodologia de intervenção coletiva para a superação da violência doméstica e familiar, tema tantas vezes invisibilizado e naturalizado. Além de popularizar o debate, busca atuar na incidência pela efetivação de políticas públicas, na constituição de redes de apoio nos municípios e no empoderamento de grupos.
O nome Nem Tão Doce Lar faz alusão à citação “Lar doce Lar”, muito comum em casas brasileiras. A mostra nasceu a partir de uma exposição internacional chamada Rua das Rosas, criada pela antropóloga alemã Una Hombrecher, com o apoio da agência Pão para o Mundo (PPM).
A proposta inicial, que tinha ainda uma linguagem europeia, foi apresentada em Porto Alegre, de 14 a 23 de fevereiro de 2006, durante a 9ª Assembleia do Conselho Mundial de Igrejas (CMI). Essa primeira exposição esteve sob a coordenação da FLD, da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) e um consórcio de organizações da sociedade civil que atuam denunciando e construindo possibilidades de superação da violência. Posteriormente, a partir de um amplo processo de construção coletiva, a exposição recebeu um enfoque brasileiro.
A Nem Tão Doce Lar já percorreu mais de 95 municípios em 15 estados brasileiros. Para mais informações: https://fld.com.br/ntdl
Campanha 21 Dias de Ativismo
Em 1991, mulheres de diferentes países iniciaram uma campanha com o objetivo de promover o debate e denunciar as várias formas de violência contra as mulheres no mundo. Esse conjunto de datas ficou conhecido como a campanha de 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres.
O início da mobilização mundial, com adesão de mais de 130 países, é marcado pela data de 25 de novembro, instituída como o Dia Internacional de Luta pelo fim da Violência Contra a Mulher. A data foi criada em memória e homenagem a Pátria, Minerva e Maria Teresa, as irmãs Mirabal, brutalmente assassinadas pelo governo de Rafael Leônidas Trujillo, da República Dominicana, em 1960.
As irmãs atuavam contra a ditadura vigente naquele país. No Brasil, a campanha ocorre desde 2003 e é chamada de 21 Dias de Ativismo, porque começa no dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra. A mobilização termina em 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.