Os 3 fatos que fazem do furacão Milton, na Flórida, um dos mais perigosos já registrados
Milhões de pessoas devem lidar com ventos acima dos 130 km/h e alto risco de inundações com a chegada do fenômeno.
Mobilizando cerca de 5 milhões de pessoas que precisarão sair de suas casas na região sul dos Estados Unidos, mais precisamente na região centro-oeste do estado da Flórida, o furacão Milton chamou a atenção dos especialistas por se intensificar muito rapidamente alcançando o nível 5 na Escala Saffir-Simpson, que categoriza os furacões. É o que explica um artigo dedicado ao fenômeno meteorológico publicado pela Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (da sigla NOAA).
Mas, afinal, por que se está falando tanto do furacão Milton, em especial, apesar dessa ser a nona tempestade da temporada de furacões do Atlântico de 2024?
Segundo os especialistas, a resposta passa por sua velocidade, força e intensidade que mudaram em ritmo quase recorde, indicando um efeito das mudanças climáticas. National Geographic detalha três fatos surpreendentes sobre esse fenômeno da natureza de potencial absolutamente destrutivo.
Conheça três fatos surpreendentes e assustadores sobre o furacão Milton
Segundo artigos tanto da NOAA como da Organização Meteorológica Mundial (da sigla WMM), agência das Nações Unidas para estudo e pesquisa do clima, algumas características do furacão Milton são assustadoramente inéditas e preocupantes. Acompanhe abaixo:
1) O furacão Milton é um dos mais intensos da história já registrados na bacia do Atlântico
Segundo o NOAA, essa tempestade “explodiu em força e intensidade em ritmo quase inédito, tornando-se um dos furacões mais intensos” já vistos. A fonte explica que seu fortalecimento foi alimentado, em boa parte, pelo que eles reconhecem ser um aquecimento”quase recorde” do Golfo do México.
O Milton deve alcançar áreas densamente povoadas, como a Baía de Tampa, de acordo com o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos. Espera-se inundações que podem chegar a até 3 metros de profundidade, diz o NOAA.
Espera-se ainda “ventos devastadores com chuvas fortes e risco de inundações urbanas catastróficas, com risco de morte”, diz a agência meteorológica da ONU. “Seus ventos se estendem por até 45 km desde o centro do furacão e podem alcançar até 130 km por hora”, completa a fonte.
“Houve apenas cinco outros anos (desde 1950, quando começaram as medições) em que ocorreram mais de um furacão de categoria 5 em uma única temporada: 1961 (2), 2005 (4), 2007 (2), 2017 (2) e, mais recentemente, 2019 (2)”, detalha o NOAA.
2) A tempestade Milton atingiu a classificação 5 em um tempo recorde
Ainda de acordo com a fonte meteorológica estadunidense, o Milton atingiu a categoria 5 na Escala Saffir-Simpson (ou seja, sua classificação máxima) no último dia 7 de outubro. No entanto, apenas dois dias antes ele era apenas uma depressão tropical formando-se no sudoeste do Golfo do México.
O furacão Milton deve tocar o solo da Flórida em 9 de outubro, cerca de dez dias após o Helene, outra desastrosa tempestade que atingiu a região e matou mais de 200 pessoas. Vale lembrar, no entanto, que o Helene foi categorizado no nível 4.
“Quanto mais quente estiver o oceano, mais combustível haverá para os furacões se intensificarem, desde que outras condições atmosféricas (como o cisalhamento do vento) também sejam favoráveis”, diz o NOAA.
3) O surgimento do furacão Milton está intimamente ligado às mudanças climáticas
As alterações no clima estão potencializando as “condições propícias para os furacões mais poderosos”, como o Helene de o Milton, por exemplo, explicam os cientistas da World Weather Attribution, um grupo de estudos meteorológicos resultado da parceria entre diversos especialistas de universidades renomadas do mundo como a Imperial College, de Londres, o Royal Netherlands Meteorological Institute, nos Países Baixos, de e do Laboratoire des Sciences du Climat et de l’Environnement, da França.
Isso se reflete em chuvas e velocidades de vento mais fortes vindas dos furacões, bem como uma intensificação mais rápida dos ciclones tropicais formados no Oceano Atlântico, já que eles “estão se tornando mais úmidos”. “O furacão Beryl – o primeiro furacão de categoria 5 registrado em julho de 2024 na região – também passou por uma rápida intensificação, assim como outros ciclones tropicais recentes”, reporta a WMM.
“Se o mundo continuar a queimar combustíveis fósseis, fazendo com que o aquecimento global atinja 2°C acima dos níveis pré-industriais, a probabilidade de eventos pluviométricos devastadores aumentará em 15% a 25% tanto nas áreas litorâneas como no interior das regiões mais afetadas por esses fenômenos”, afirmaram os cientistas da World Weather Attribution.
* Fonte: National Geographic
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