Ministério Público pede prisão imediata de Adriana Villela no caso do “Crime da 113 Sul”
Condenada a 67 anos de prisão, Adriana Villela foi responsabilizada pela morte de seus pais e da empregada em 2009; defesa contesta pedido.
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) solicitou, na tarde desta terça-feira (8/10), a prisão imediata de Adriana Villela. A solicitação ocorreu após a publicação de um acórdão do Supremo Tribunal Federal (STF), que validou a execução imediata da pena imposta pelo Tribunal do Júri. Adriana Villela foi condenada a 67 anos de prisão pelo assassinato do ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), José Guilherme Villela, sua esposa, Maria Villela, e a empregada da família, Francisca Nascimento. O crime, que ocorreu em 2009, ficou conhecido como o “Crime da 113 Sul” e chocou o país.
O advogado de Adriana, Kakay, afirmou que o pedido de prisão foi feito de maneira incorreta, alegando que foi direcionado à autoridade errada. Ele destacou que há um recurso pendente no Superior Tribunal de Justiça (STJ), e que a decisão sobre a prisão deve ser tomada pelo ministro Rogério Schietti Cruz. Kakay também ressaltou que o julgamento foi realizado há anos e que, desde então, Adriana permanece em liberdade, sem apresentar comportamentos que justificassem uma prisão preventiva.
O STF, em sua decisão, considerou constitucional a execução da pena após condenações pelo Tribunal do Júri em crimes dolosos contra a vida, como homicídios e feminicídios. Entretanto, a defesa argumenta que esse entendimento entra em conflito com a decisão da Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) 43, que defende o princípio da presunção de inocência.
O caso de Adriana Villela ocorreu em agosto de 2009, quando os corpos de seus pais e da empregada foram encontrados com 73 facadas no apartamento da família. Aproximadamente um ano após o crime, Adriana foi presa junto com o porteiro do prédio, Leonardo Campos Alves, que confessou os assassinatos, mas depois recuou, alegando que foi torturado. Todos os envolvidos no crime foram condenados, somando penas que totalizam 177 anos.