Polícia Civil investiga homicídio de mais uma indígena no Maranhão
No terceiro caso registrado nos últimos meses, o principal suspeito do crime é o companheiro com quem Lícia Oliveira Guajajara tinha um relacionamento
A Polícia Civil do Maranhão (PC-MA) investiga o assassinato de uma mulher indígena, indentificada com Lícia Oliveira Guajajara, de 35 anos. Integrante da aldeia Nova Viana, ela foi morta a golpes de faca Amarante do Maranhão, distante 685 km de São Luís.
A PC-MA detalhou à imprensa que o principal suspeito do crime é o companheiro com quem ela tinha um relacionamento de 10 anos — identificado como Izane de Almeida Santos.
Segundo a PC-MA, Lícia e Izane de Almeida Santos viviam um relacionamento conturbado, marcado por brigas e ciúmes por parte dele. Inicialmente, o crime vem sendo investigado como feminicídio.
Uma equipe da Polícia Civil segue em buscas para identificar o paradeiro do suspeito, além de ouvir testemunhas para entender a real motivação do crime.
Wendel foi preso no povoado Piripiri, entre as cidades de Amarante e Grajaú, dois dias depois do feminicídio. No momento da prisão, o homem tentou fugir do cerco policial em uma moto, mas foi baleado no calcanhar e capturado.
A Polícia Civil informou ainda que essa já é a terceira indígena morta nos últimos dois meses. O último caso registrado foi o da indígena Yolete, do povo Krikati, cujo o corpo foi encontrado em estado de decomposição próximo à casa de uma fazenda em Monte Altos.
Crueldade
Também no município de Amarante do Maranhão, a indígena Joanilde Rodrigues Paulino Guajajara — de 33 anos — foi morta a golpes de faca. Ela havia fugido para a casa dos pais em uma aldeia, uma semana antes de ser assassinada, após ser ameaçada pelo marido, Wendel Silva Machado.
Esta informação foi divulgada pela Polícia Civil do Maranhão (PC-MA) na sexta-feira (23), após a prisão de Wendel — apontado como autor da morte de Joanilde, que era técnica de enfermagem e trabalhava no Centro de Parto Normal da Secretaria de Saúde de Amarante do Maranhão.
Segundo a polícia, Joanilde foi morta dentro da casa onde morava com o marido e os dois filhos dela, no bairro Industrial. O corpo da indígena foi encontrado pelo pai, com as mãos amarradas para trás com fita adesiva e várias marcas de facada.
Irmão de Joanilde, José Guajajara — que é o cacique da Aldeia Guaruru — relatou à imprensa que a vítima estava usando cabelo curto nos últimos dias de vida, pois Wendel os tinha cortado com uma faca.
Ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara se manifestou sobre a morte de Joanilde.