Setembro Azul

Mês marca lutas e conquistas da comunidade surda

O Dia Nacional do Surdo, 26 de setembro, é marcado por várias atividades que debatem e promovem a visibilidade da comunidade surda.

(Foto: Acervo Pessoal)

A Universidade Federal do Maranhão realiza nesta quinta-feira, 26, o evento “Conscientização sobre os atendimentos em Libras”, que integra a campanha em comemoração ao Setembro Azul, mês da visibilidade da Comunidade Surda Brasileira, com o tema “Lugar de surdo é na UFMA” . O evento ocorre das 11h30 às 14h, nos restaurantes Universitários do Câmpus Bacanga e Fábrica Santa Amélia.

Setembro Azul é um mês dedicado à comunidade surda, marcando lutas e conquistas ao longo dos anos. O movimento, iniciado em 2011, busca promover a Libras e a cultura surda, bem como garantir o direito à educação de qualidade para surdos. 

De acordo com o diretor de acessibilidade da UFMA, Cedric Nakasu, “um dos objetivos da campanha é favorecer a troca com a comunidade dos estudantes do ensino básico e que possa ter aproximação com alunos surdos, e que eles possam ver que o lugar deles é na UFMA, que eles têm a possibilidade e a capacidade de contar com uma universidade inclusiva, acessível, que vai proporcionar intérpretes de libras, conteúdos pedagógicos, que eles estão sendo preparados para o mercado de trabalho. Acima de tudo, o objetivo da campanha é criar espaços em que possamos falar para além da sala de aula e possamos discutir sobre a acessibilidade em vários ambientes, discutir sobre o lugar do aluno surdo e também discutir sobre a transversalidade, intersetorialidade nesse processo de acessibilidade, da inclusão não só como questão teórica de um direito social”, frisa.

Durante o mês de setembro, várias datas significativas são celebradas pela comunidade surda; O 23 é marcado pelo Dia Internacional da Língua de Sinais, o 26 celebra o Dia Nacional do Surdo, decretado oficialmente no país em 2008, por meio do Decreto de Lei Nº 11.796. E no dia 30, o Dia Internacional do Tradutor Intérprete de Línguas de Sinais.

Luanne Gabrielle Morais Costa, Fonoaudióloga e Intérprete de Libras há 5 anos, destacou a O Imparcial que o mês tem grande importância por promover a visibilidade da comunidade surda. “Nos debates dos problemas e desafios da comunidade surda, para refletir sobre as conquistas alcançadas pela comunidade surda, reforçar a importância da acessibilidade em todas as esferas da vida, conscientizar a população sobre o direito à inclusão dos surdos na sociedade”, disse.

A data também serve para ampliar a integração dos surdos e para proposição de políticas públicas em benefício dessa população.

Luanne diz que a saúde é um dos campos que mais precisam de atenção. “Temos o Centro de Reabilitação na Apae de São Luís, que presta atendimento gratuito para esse público. Muitos estabelecimentos atuantes na área da saúde já disponibilizam tradutor e intérprete de Libras com o objetivo de atender às necessidades das pessoas surdas. Além dessa medida, muitos locais estão investindo na formação em Libras para que enfermeiros e demais profissionais responsáveis pelo atendimento se comuniquem de forma padrão com pessoas surdas”.

Apesar disso e dos muitos avanços conquistados pela e para a comunidade, Luanne destaca que mais políticas públicas poderiam ter para melhorar o acesso das pessoas surdas aos primeiros atendimentos, com a difusão de mais intérpretes no atendimentos (setor privado e público); e também na saúde de assistência assim que uma mãe gera um filho surdo.

Dados
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), existem 500 milhões de surdos no mundo e, até 2050, haverá pelo menos 1 bilhão. Segundo dados levantados em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pelo menos 45 milhões de pessoas têm algum tipo de deficiência, quase 25% da população do país.
Em 2019, um estudo feito em conjunto pelo Instituto Locomotiva Pesquisa e Estratégia e a Semana da Acessibilidade Surda revela a existência, no Brasil, de 10,7 milhões de pessoas com deficiência auditiva. Desse total, 2,3 milhões têm deficiência severa. Entre os que têm deficiência auditiva severa, 15% já nasceram surdos. A surdez at

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