não há acordos

Israel enfrenta onda de protestos e greve geral após descoberta de corpos de reféns em Gaza

Em resposta à divulgação das mortes dos reféns, a Histadrut, a maior central sindical de Israel, convocou uma greve geral para esta segunda-feira (2).

Reprodução

Neste domingo(1), dezenas de milhares de israelenses foram às ruas em diversas cidades para exigir que o governo aceite imediatamente um acordo para a libertação dos reféns que estão detidos na Faixa de Gaza desde o ataque do Hamas em 7 de outubro do ano passado.

A onda de protestos teve início após o Exército israelense anunciar a descoberta dos corpos de seis reféns que haviam sido recentemente mortos no enclave palestino.

Segundo o Fórum das Famílias dos Reféns e Desaparecidos, que representa os parentes das vítimas, os protestos mobilizaram mais de 700 mil pessoas, sendo 550 mil somente em Tel Aviv, embora a polícia israelense não tenha confirmado essas estimativas.

Em resposta à divulgação das mortes dos reféns, a Histadrut, a maior central sindical de Israel, convocou uma greve geral para esta segunda-feira.

Durante a manifestação em Tel Aviv, as famílias dos reféns e seus apoiadores carregaram seis caixões simbólicos e bloquearam a principal rodovia da cidade, além de invadirem a área em frente ao quartel-general do Exército.

A polícia teve que intervir, resultando em 29 detenções.

Em Jerusalém, a polícia lançou água de gambá para dispersar os manifestantes e fez a remoção forçada de pessoas que estavam protestando na entrada principal da cidade. A mídia israelense também noticiou que houve protestos em outras cidades, como Haifa e Beer Sheva, e em Rehovot, onde os manifestantes bloquearam o trânsito e gritaram: “Os queremos de volta vivos, e não em caixões!”

A greve geral convocada pela Histadrut terá início às 6h locais (0h em Brasília) e inclui a paralisação de todos os pousos e decolagens no aeroporto Ben Gurion a partir das 8h (2h em Brasília). O presidente da Histadrut, Arnon Bar David, afirmou em comunicado: “Temos de impedir o abandono dos reféns. Só nossa intervenção pode mexer com aqueles que precisam ser sacudidos.” O prefeito de Tel Aviv, Ron Huldai, também anunciou uma paralisação parcial na cidade, com a suspensão do atendimento ao público na manhã de segunda-feira em apoio às famílias.

As famílias dos reféns têm criticado há meses o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, acusando-o de sabotar os esforços para um acordo devido a interesses políticos. Recentemente, elas intensificaram suas ações de protesto, incluindo invasões de sessões parlamentares e manifestações em frente à casa de Netanyahu.

A frustração das famílias aumentou após o anúncio da descoberta dos seis corpos, com o Ministério da Saúde israelense informando que as autópsias revelaram que os reféns foram mortos por disparos a curta distância entre quinta e sexta-feira. Daniel Hagari, porta-voz do Exército de Israel, declarou que os reféns foram “brutalmente assassinados por terroristas do Hamas pouco antes de sermos capazes de resgatá-los.” Os corpos foram encontrados no sábado em um túnel subterrâneo na zona de Rafah, no sul da Faixa de Gaza. Os reféns foram identificados como Carmel Gat, Eden Yerushalmi, Alexander Lobanov, Almog Sarusi, sargento Ori Danino e o cidadão israelo-americano Hersh Goldberg-Polin.

Gil Dickmann, primo de Gat, fez um apelo nas redes sociais: “Quem aceita o assassinato de civis pelo primeiro-ministro não deveria ficar em casa. Em memória de Carmel, saiam às ruas, parem o abandono, paralisem o Estado, alcancem um acordo.” Goldberg-Polin, Yerushalmi e Gat estavam na “categoria humanitária” de um acordo preliminar entre Israel e Hamas, que previa a sua libertação durante a primeira fase do acordo, se um cessar-fogo fosse concluído.

Os manifestantes expressaram um misto de lamento e raiva. A estudante Shiraz Angert, com uma camiseta de Goldberg-Polin, lamentou: “Havia uma possibilidade de salvá-los em um acordo. Há pessoas que foram sacrificadas porque não fizemos o suficiente.” Dan Levinson, um professor de Tel Aviv, disse esperar que a manifestação seja um divisor de águas: “Sinto que hoje é a última chance de mudança. Se não for agora, nunca será.”

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