PASSARINHO

Bartolomeu Chaves faz recorde pessoal e é prata nos 400m T37

Passarinho – como é conhecido o caxiense – correu com dores e fez voo para seu primeiro pódio em Jogos Paralímpicos na manhã de hoje (4)

Comitê Paralímpico Brasileiro - Reprodução

A primeira medalha do Brasil nos Jogos Paralímpicos de Paris-2024 nesta quarta-feira (4) saiu no atletismo – e para um maranhense.

O caxiense Bartolomeu Chaves entrou na pista do Stade de France credenciado ao pódio por ser o atual campeão mundial dos 400m da classe T37 (paralisados cerebrais).

Créditos – Reprodução

O maranhense iniciou a disputa com tudo e ficou a maior parte da prova na liderança, porém foi ultrapassado na reta final por Andrei Vdovin e cruzou a linha de chegada em segundo, conquistando a prata.

Com esta, já são duas medalhas conquistadas por maranhenses nas Paralimpíadas de Paris 2024: nesta terça (3), Rayane Soares conquistou a medalha de prata na final dos 100m T13 (deficiência visual), com o tempo de 11s78.

Reprodução/Instagram

“Foi muito bom a prata. Eu achava que eu nem ia medalhar. Eu fiz o impossível, pois quando cheguei em Troyes, estava com joelho inflamado. Treinei apenas quatro dias e o joelho inflamou mais ainda. Eu estava sem andar, muito ruim do joelho, com a parte de trás dele muito inflamado. Até então, pelo período que eu fiquei parado, eu achei que eu não ia correr nem 50 (segundos). E agora, falar que eu melhorei a minha marca, eu mesmo não acreditei”, disse Bartolomeu Chaves ao OTD.

Prata com recorde pessoal

Bartolomeu Chaves, mais conhecido no meio do atletismo como Passarinho, largou com tudo e imprimiu ritmo intenso desde o começo dos 400m T37. Na metade da prova já estava claro que a disputa seria entre ele e Vdovin, russo que compete com a bandeira neutra.

Os dois entraram nos 100m finais com o brasileiro na frente, mas o atleta nascido na Rússia acelerou as passadas e superou o corredor maranhense nos metros derradeiros e ficou com o ouro.

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Apesar de ter sido ultrapassado, Bartolomeu Chaves conquistou a medalha de prata ao registrou sua melhor marca pessoal na carreira. Ele finalizou a prova com tempo de 50s39, superando os 50s74 do título mundial de 2024, em Kobe, no Japão.

Vdovin ficou com o ouro com 50s27, seu melhor desempenho em 2024. O russo foi o campeão paralímpico dos 400m T37 em Tóquio-2020, quando fez também o recorde mundial e paralímpico, marca que permanece. Na ocasião, o europeu correu para 49s34.

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Bartolomeu Chaves conquistou a 49ª medalha brasileira nos Jogos Paralímpicos de Paris-2024.

Nas eliminatórias, Passarinho se garantiu na final dos 400m T37 em primeiro lugar em sua bateria correndo em 52s34, deixando para trás dois atletas: o ucraniano Mykola Raiskyi, segundo, com 52s53, e Anton Feoktistov, russo que compete com bandeira neutra, terceiro, com 52s56. O tunisiano Amen Tissaoui ganhou o bronze da prova com tempo de 50s50.

“Dei tudo o que eu tinha. Eu me joguei. Foi f***. Deu certo. Primeira medalha. Melhorei minha marca. Estou muito feliz. Significa muito essa medalha. Achei que nem ia medalhar, porque cheguei à aclimatação em Troyes com o joelho inflamado, treinei só quatro dias lá, mas o CPB (Comitê Paralímpico Brasileiro) cuidou bem de mim. Fiz o impossível. Tô sem acreditar ainda”, disse Passarinho.

Confronto repetido


Bartolomeu Chaves e Vdovin tiveram nos Jogos Paralímpicos o segundo confronto em 2024. Se em Paris o russo se deu melhor, no Campeonato Mundial deste ano, em Kobe, no Japão, o brasileiro foi quem ficou com o ouro e deixou o rival em segundo.

Em solo japonês, o atleta do Maranhão fechou a prova em 50s74, que era sua melhor marca pessoal. Já Vdovin cruzou a linha de chegada em 50s84. Assim como na atual Paralimpíada, o pódio do Mundial foi completado pelo tunisiano Amen Tissaoui, com 51s32.

Natural de Caxias, Bartolomeu Chaves está com 22 anos e, além do título mundial e da prata dos Jogos Paralímpicos, ele tem em seu currículo a medalha de bronze no Campeonato Mundial de Paris, em 2023.

O brasileiro teve deficiência intelectual diagnosticada ainda em período escolar e começou no atletismo disputando pela classe T20. No entanto, durante os treinos foi reclassificado para a classe T37 (paralisado cerebral) devido às dores que sentia na prática da modalidade.

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