A Polícia Civil do Maranhão, através da 9ª Delegacia Regional de Açailândia, concluiu nesta terça-feira (27) o inquérito policial que investigava a morte de Franciel de Souza Lima, ocorrida em 27 de julho deste ano, na cidade de Açailândia.

Um homem de 26 anos foi indiciado por homicídio culposo, após as investigações apontarem que ele utilizou “linha chilena” em uma pipa, material proibido por lei, causando a morte da vítima.

De acordo com o inquérito, Franciel trafegava de motocicleta em uma via pública quando teve o pescoço cortado por uma linha de pipa que estava caída na rua

A linha estava enroscada em seu pescoço, causando uma lesão fatal. No local do acidente, os policiais civis encontraram uma pipa amarela, identificada por testemunhas como sendo a utilizada pelo responsável pelo incidente.

Imagens coletadas na cena do crime mostraram que o indiciado, acompanhado de amigos, estava soltando pipas na área. Após perder o controle de uma pipa, ele recolheu a linha, que estava caindo sobre a via, no momento exato em que Franciel passou de moto, sofrendo o corte fatal.

A linha utilizada, conhecida como “linha chilena”, é feita de materiais extremamente cortantes e resistentes, como vidro moído e óxido de alumínio. O material foi enviado ao Instituto de Criminalística (ICRIM) para perícia. O uso desse tipo de linha é proibido pela lei estadual sancionada em setembro de 2020, que veda a fabricação e comercialização de cerol e “linhas chilenas” no Maranhão.

O homem foi indiciado por homicídio culposo, por negligência ao utilizar material cortante em um local público. O inquérito foi encaminhado ao Poder Judiciário para análise, e o indiciado pode pegar até 3 anos de prisão, se condenado.

Repercussão e Fiscalização

A morte de Francielton provocou protestos em Açailândia, incluindo uma motociata organizada por mototaxistas, que cobraram maior fiscalização para evitar novas tragédias.

O Procon/MA é o órgão responsável por fiscalizar a comercialização de cerol e “linhas chilenas”, com base na Lei nº 8.078, de 1990, que prevê sanções para os responsáveis pela venda desses produtos.

A tragédia reacende o debate sobre a segurança e a fiscalização do uso de materiais cortantes em pipas, principalmente em locais de grande circulação de pessoas.