VARIANTE

Paciente maranhense com leishmaniose apresenta resistência ao medicamento da doença

Ele é o primeiro brasileiro diagnosticado com a nova variante da leishmaniose resistente à anfotericina B, remédio mais usado no país

A Leishmaniose Visceral é uma zoonose de evolução crônica, com acometimento sistêmico e, se não tratada, pode levar a óbito até 90% dos casos. Créditos - Reprodução

Um maranhense de 46 anos é o primeiro brasileiro diagnosticado com uma nova variante da leishmaniose resistente à anfotericina B. O medicamento é um antifúngico utilizado no tratamento da leishmaniose visceral e geralmente é eficaz contra a doença.

Uma equipe de pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), conduziu a pesquisa e deram a informação da nova variante.

Apesar do caso ser preocupante, não configura um estado de alerta imediato.

Os resultados confirmaram a resistência da cepa à anfotericina B, embora o parasita não tenha demonstrado resistência a outros dois medicamentos testados.

Células do sistema imune infectadas com a cepa de Leishmania amazonensis resistente à anfotericina

O médico tratou o paciente com outro medicamento, a pentamidina, e o paciente teve uma boa resposta, sem recaídas.

A amostra do parasita, retirada de um paciente morador do Maranhão, revelou resistência à anfotericina B, o principal fármaco contra a doença. Este é o primeiro caso registrado de resistência dessa cepa do parasita Leishmania amazonensis no país.

O paciente, um homem de 46 anos, apresentava o tipo cutâneo (ou tegumentar) da doença, que é transmitida por mosquitos e provoca lesões persistentes na pele.

O paciente havia tentado, sem sucesso, tratar a infecção com anfotericina B, um dos poucos medicamentos disponíveis para esse tipo de leishmaniose.

O achado não deve gerar alarde, mas serve como um alerta para a possibilidade de circulação de cepas resistentes em áreas endêmicas.

De acordo com os pesquisadores, ainda não há evidências de que a doença esteja se tornando mais grave devido a essa resistência.

O estudo conduzido pelo professor Adriano Cappellazzo Coelho envolveu a análise da cepa do parasita tanto em modelos in vitro quanto em camundongos.

Os resultados confirmaram a resistência da cepa à anfotericina B, embora o parasita não tenha demonstrado resistência a outros dois medicamentos testados.

Transmitida pelo mosquito palha, a leishmaniose tegumentar caracteriza-se por feridas na pele. Créditos – Governo do Ceará/Reprodução

Coelho destacou a importância de ter tratamentos alternativos disponíveis, uma vez que a anfotericina B é um medicamento caro e usado principalmente para casos graves.

O paciente foi tratado com pentamidina, outro medicamento, e teve uma boa resposta, sem recaídas até o final de 2023.

A leishmaniose tegumentar é uma doença infecciosa, não contagiosa, que causa feridas na pele e mucosas e é transmitida pela picada de mosquitos infectados.

O tratamento é oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e envolve medicamentos específicos, repouso e uma boa alimentação.

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