Grindr, app de relacionamento gay, tem funções bloqueadas na Vila Olímpica
A função que permite que outros usuários vejam a localização de pessoas dentro da Vila Olímpica foi desativada. Segundo a empresa, a medida visa proteger a privacidade dos atletas
O Grindr – famoso aplicativo de relacionamentos para o público gay – bloqueou algumas das funções na Vila Olímpica de Paris para proteger a privacidade dos atletas. A empresa desativou a ferramenta que permitia que usuários vissem a localização de outros dentro da Vila Olímpica, alegando que a medida visa prevenir possíveis riscos de exposição.
A iniciativa foi tomada após relatos de que, em edições anteriores dos Jogos Olímpicos, a privacidade dos atletas foi comprometida.
Em 2016, durante os Jogos do Rio, um jornalista britânico usou a função de localização do Grindr para identificar e expor atletas homossexuais, levantando preocupações sobre a segurança e o bem-estar dos participantes, especialmente daqueles que vêm de países onde ser LGBTQ+ é ilegal ou perigoso.
Para evitar situações semelhantes, o Grindr já havia desabilitado recursos baseados em localização durante as Olimpíadas de Inverno de 2022, em Pequim.
Além de desativar a função “Explorar”, que permite ver quem está usando o aplicativo nas proximidades, o Grindr também desativou a opção “mostrar distância” na Vila Olímpica. Entretanto, os usuários podem optar por compartilhar sua localização aproximada, se desejarem.
O aplicativo também implementou novas medidas de segurança, incluindo a possibilidade de enviar mensagens que desaparecem, desativar capturas de tela de perfis e mídia no bate-papo, e proibir vídeos privados dentro da Vila Olímpica.
O Grindr também oferece a opção de “Denunciar um bate-papo recente” para relatar preocupações em até 24 horas, complementando suas ferramentas de segurança aprimoradas.
A plataforma também introduziu mais controles de privacidade para os usuários. Entre as novas funcionalidades, estão a capacidade de enviar mensagens que desaparecem e cancelar o envio de mensagens já enviadas, disponível tanto para usuários gratuitos quanto para premium.
Além disso, capturas de tela de imagens de perfil e mídia no bate-papo estão desativadas, e vídeos privados estão bloqueados na Vila Olímpica.
Devido à repercussão, o aplicativo expôs no site oficial tudo que planejou para aumentar a privacidade dos atletas na Olimpíada e justificou a medida. “
“Se um atleta não for assumido ou vier de um país onde ser LGBTQ+ é perigoso ou ilegal, usar o Grindr pode colocá-lo em risco de ser exposto por indivíduos curiosos que podem tentar identificá-lo e expô-lo no aplicativo”, disse a plataforma.
*Do Correio Braziliense | Débora Oliveira