24 de junho

São João: tempo de festa religiosa e cultural

Católicos celebram missa festiva em homenagem ao santo, precursor de Jesus Cristo, nascido 24 de junho, e arraiais festejam esta importante data.

São João ( Foto: Reprodução)

Dia 24 é dia de São João. Dia da solenidade do Santo, precursor de Jesus e que batizou o filho de Deus nas águas do Rio Jordão. Paróquias, igrejas e comunidades católicas festejam o Santo, e os brincantes, comerciantes e amantes dos festejos juninos comemoram a festa. Em São Luís, muitos grupos realizam batizados nesse dia.

No Nordeste, a relação da festa religiosa com a festa cultural se confunde. Conversei com o pároco da Igreja de São João Batista, do Centro, padre Antonio José Ramos Costa, sobre essa relação.

“Na verdade, nunca foi talvez um todo de expressão religiosa. As manifestações culturais sempre aconteceram com ou sem a parte religiosa. A mesma coisa também a parte religiosa, que sempre aconteceu independente da parte cultural, Mas o que acontece hoje é que existe uma certa imposição cultural. Ainda mais quando se pensa que envolve muito dinheiro em arraiais, né? Seja dinheiro privado ou dinheiro público, tem uma máquina de atrações culturais. Essa é a primeira coisa. A segunda coisa, é que existe também uma ditadura de trazer coisas que são fora do contexto cultural da pessoas. manifestações culturais de outros lugares de outros estados do Brasil que não tem nada a ver com a nossa manifestação cultural nordestina, seja do folclore seja na parte religiosa”, criticou.

Para o pesquisador, historiador e produtor cultural Sebastião Cardoso, o mais importante da festa que é a fé e a devoção, muitas pessoas estão esquecendo.

“Tem gente que usa o arraial, a festa, para se divertir e não tem mais nem referência às festas religiosas. Nós temos inclusive muita dificuldade de conseguir apoio para as festas dos santos, dos que são titulares das igrejas, São João, Santo Antônio, São Pedro. Temos muita dificuldade porque tem mais, às vezes, apoio às festas digamos ‘mundanas’ do que para as festas religiosas, que ficam para segundo plano. Isso aí é muito importante. Normalmente o largo é feito após as missas, com venda de comida para arrecadação para igreja e apresentações culturais. para ajudar nas despesas da igreja”, comenta.

O precursor de Jesus e o primeiro mártir da Igreja

São João Batista é o primeiro mártir da Igreja, e o último dos profetas. Sua festa é celebrada desde o começo da igreja, no dia 24 de junho. Ele é venerado como profeta, santo, mártir, precursor do Messias e arauto da verdade. Sua representação é mostrada batizando Jesus e segurando um bastão em forma de cruz.

Não há como não fazer a ligação de São João com os festejos juninos, uma das tradições mais importantes da cultura nordestina. A primeira vez que uma fogueira acendeu nessa data foi há mais de dois milênios quando nascia João Batista, que recebeu esse nome por abençoar gentios nas águas do Rio Jordão.

Na temporada junina as brincadeiras buscam o famoso batizado, benção de proteção para os brincantes que durante as noites “vadiam” nos terreiros e arraiais das cidades maranhenses levando brilho e alegria para o povo.

A ladainha de São João Batista e a apresentação da brincadeira na porta da igreja ou capela dedicada ao santo faz parte do ritual, é uma forma de pedir proteção e agradecer pelas bênçãos recebidas.

“Historicamente, não se chamava festejos junino, porque os festejos não estão ligados ao mês de junho, eles são ligados a São João. O festejo era joanino. E com o tempo, foi perdendo o joanino e ficando junino. E aí, é claro, a tradição, traz que é o tempo da colheita, e por causa da colheita a festa, etc. No que  se refere ao religioso. É porque a figura de São João tá muito ligada à luz, a Jesus que é luz, é o homem que traz esperança, porque indica e anuncia, quem é Jesus e essa presença. Ele vem preparar o caminho do Senhor. E como Ele batizou Jesus, é  momento de festa, de alegria e sobretudo de esperança, né? Aqui no Maranhão é o tempo também que já vai tá r terminando as chuvas e de grandes manifestações culturais”, explica o padre.

Nas igrejas

Na capital, as igrejas de São João Batista de Vinhais Velho (Recanto dos Vinhais) e de São João Batista (no Centro), tem programações desde as 6h da manhã.Historicamente, não se chamava festejos junino, porque os festejos não estão ligados ao mês de junho, eles são ligados a São João. O festejo era joanino. E com o tempo, foi perdendo o joanino e ficando junino

Na igreja do Vinhais, a Festa das Águas começa às 7h30,  com missas e batizados; às 17h30 tem o Terço; às 18h, a procissão; às 19h30, a Missa; e às 20h30, o Largo Cultural.Em 13 de junho de 1757, foi criada a Paróquia São João Batista de Vinhais, a 2ª mais antiga da Arquidiocese de São Luís do Maranhão. Nesses 267 anos de existência, por duas vezes a Igreja de São João Batista de Vinhais perdeu seu status de sede paroquial, retomando-o em 20 de outubro de 2012.

Na igreja do Centro, tem às 6h30, Alvorada com terço; 7h,  1ª Missa de São João; 9h, 2ª Missa de São João; 12h, 3ª Missa de São João; 17h, Procissão; 18h30, Missa Solene. Após a missa tem apresentações do  Lelê Pela Porco do Riacho Doce, às 20h, e Boi Mocidade de Pinheiro, às 21h.

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