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‘São João da Thay’ reúne Bumba meu boi do MA e Boi Bumbá: veja tradições de outros estados

Última noite do evento promoveu encontro inédito de duas das maiores manifestações culturais brasileiras

Créditos - São João da Thay no Instagram/Reprodução

A segunda e última noite do São João da Thay foi marcada por um encontro histórico: pela primeira vez, o bumba meu boi do Maranhão e o Boi Bumbá do Amazonas se apresentaram juntos.

Do Maranhão, o Boi de Morros (de sotaque de orquestra) esteve no palco com o Boi Garantido e o Boi Caprichoso, de Parintins. A cantora Fafá de Belém cantou com o levantador de toadas do Boi de Morros, Patrick Araújo. Ela interpretou “Vermelho”, uma das canções mais conhecidas do Boi Bumbá.

Outros estados do Brasil possuem variantes da brincadeira que simboliza a cultura do Maranhão. O IMPARCIAL reuniu algumas dessa tradições, também envolvendo indumentárias, muita cor, dança, música e, claro, a figura mítica do boi. Veja:

Boi Calemba — Pernambuco

O “Boi-Calemba” é a versão potiguar do “bumba meu boi”. Também conhecido como Boi de Reis, é um auto popular que trata da morte e ressurreição de um boi. O grupo é composto por “enfeitados” e “mascarados”, divididos em mestre, galantes e damas.

Outras figuras integram a apresentação como a Burrinha, o Bode, o Gigante (cavalo marinho), o Jaraguá e o Boi. Os instrumentos utilizados são a rabeca, o pandeiro e alguns instrumentos de corda, podendo ser substituídos pela sanfona.

O Boi Calemba Pintadinho de São Gonçalo do Amarante (acima) é um dos grupos mais tradicionais do Rio Grande do Norte, com 114 anos de existência.

Boi-de-reis — Ceará

O Mestre Zé Pio, representante do bumba meu boi cearense, em brincadeira com o Boi Ceará. Créditos – Governo do Ceará/Divulgação/Reprodução

Boi-de-reis, boi-zumbi e boi-surubim: assim é chamado o bumba meu boi cearense. A brincadeira é composta por uma galeria de personagens: ema, bode, rainha, reis, baliza, índios, princesas, vassalos, pastor, vaqueirinhos, príncipe, capitão e o doutor — na verdade um palhaço que diverte o público.

Um dos principais representantes desta manifestação é o Mestre Zé Pio, que já criou diversos grupos de boi.

Boi janeiro — Bahia

O Boi janeiro no município de Pojuca, na Bahia. Créditos – Prefeitura de Pojuca/Divulgação/Reprodução

Na Bahia, a brincadeira ganhou forma com o nome de Boi Janeiro. Como o nome sugere, um cortejo é realizado por tradição no mês de janeiro de cada ano, também envolvendo o samba.

Dona Lindu, criadora do boi homônimo que desfila em cortejo pelas ruas de Pojuca. Créditos – Prefeitura de Pojuca/Reprodução

Uma representante dessa manifestação é a Dona Lindu: em 2023, o Boi Janeiro Dona Lindu comemorou 90 anos de criação. A artista tinha apenas 14 anos quando decidiu montar a brincadeira com amigas. Ela faleceu em 2019.

Boi de mamão — Paraná

O Boi de Mamão é uma tradição cultural do litoral do estado do Paraná — que mistura música, dança e teatro e leva o boi como a figura principal da apresentação, além de outros personagens.

Com sede na Ilha dos Valadares, a Associação Mandicuera foi fundada em 2004, tendo como principal objetivo agregar iniciativas que visam à prática, o estudo e a difusão da Cultura Popular Caiçara, sempre tendo como intuito de unir jovens e mestres, crianças e adultos, valorizando modos de criar, fazer e viver desses grupos.

Folguedo do boi – Macaé (RJ)

Créditos – Prefeitura Municipa de Macaé/Reprodução

Na cidade de Macaé (RJ), o boi é alegoria de carnaval. Os grupos de boi são organizados em desfiles, similar ao formato das escolas de samba ou mesmo os desfiles em Parintins. Um dos mais tradicionais e conhecidos é o Boi Pìntadinho de Macaé, com mais de 100 anos na ativa.

Créditos – Boi Pintadinho no Instagram
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