Justica

Ronnie Lessa disse que ‘perdeu a oportunidade’ de matar Marielle antes do crime

A emboscada ocorreu quando ela saía de um evento na Casa das Pretas, no Estácio, bairro do centro do Rio de Janeiro.

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O ex-PM Ronnie Lessa, assassino confesso de Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes, revelou que esteve próximo de matar a vereadora pelo menos três meses antes do crime, em um bar na Praça da Bandeira, enquanto estava com amigos. No entanto, ele “perdeu a oportunidade”, conforme informações do G1.

Esse bar da Praça da Bandeira. Porque esse bar, é, eu já tinha perdido uma oportunidade porque o Macalé não tinha chegado a tempo. E ela estava sentada nesse bar, não sei como o Macalé soube disso. Mas alguém que estava seguindo ela falou: ‘ela está no bar’. Alguém estava seguindo ela”, disse Lessa.

Macalé, cujo nome verdadeiro é Edmilson Oliveira da Silva, foi apontado pelas investigações como interlocutor entre os executores e os mandantes do crime. Vale destacar que ele foi morto em novembro de 2021.

A revelação de Lessa veio após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), derrubar o sigilo da delação premiada de Lessa na última sexta-feira (7).

Lessa também comentou que o endereço de Marielle era muito policiado, o que obrigou os executores a planejarem a emboscada em outro local. “Endereço dela era um lugar muito difícil. Com policiamento e sem estacionamento. Tentativas sem êxito levaram que a gente procurasse outros meios”, ressaltou Lessa.

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Ronnie Lessa e Marielle Franco. Foto: reprodução

“A gente já tinha informações sobre endereço dela, e a partir dali nós tentamos que fosse feito. Tentamos algumas vezes, em vão, dar prosseguimento ao fato, só que sem sucesso. Ali é uma área de difícil acesso, não tem onde parar, tem policiais andando na calçada, difícil de monitorar”, continuou o executor confesso do assassinato da vereadora.

A emboscada ocorreu quando ela saía de um evento na Casa das Pretas, no Estácio, bairro do centro do Rio de Janeiro.

Na delação, o ex-PM afirmou ainda ter recebido garantias de um ambiente tranquilo para cometer o crime, já que a Polícia Civil do Rio “estava toda na mão”.

Segundo Lessa, Domingos Brazão, ex-conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), tranquilizou a ele e Macalé sobre as possíveis repercussões policiais do assassinato de Marielle. “Ele [Domingos] disse que a DH [Delegacia de Homicídios] ‘tava na mão’, que a DH estaria já acertada”, revelou Lessa.

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