mês de junho

Festa e devoção: conheça todos os santos juninos

Mês de junho marca a festa de quatro santos da igreja católica – Santo Antônio, São João, São Pedro e São Marçal – este último, reverenciado apenas na capital.

Santo Antônio, São João e São Pedro(Foto: Reprodução)

É festa junina em São Luís! É tempo do boi exibir seu bailado nos arraiais, pandeirões são aquecidos, coreiras mostram o seu rodar. Brincantes de danças como cacuriá, quadrilha, danças portuguesas, danças do boiadeiro, coco, entre outras, desfilam vestimentas e indumentárias ricamente trabalhadas para honrar os santos juninos, e coreografias elaboradas enfeitam a noite junina que ficam completas com o cheiro de comidas típicas da época. Isso sem falar nos tradicionais grupos de forró pé de serra que tornam os festejos ainda mais dançantes.

O mês de junho marca a festa de quatro santos da igreja católica – Santo Antônio, São João, São Pedro e São Marçal – este último, reverenciado apenas na capital maranhense durante os festejos. Cada santo tem sua peculiaridade e importância, sendo que todos são homenageados com muita dança, música, rezas, oferendas e várias simpatias.

As festas juninas são eventos tradicionais do calendário brasileiro e um retrato da diversidade cultural do país, mas sua origem remete às festas populares europeias, principalmente de Portugal, que vieram para o Brasil durante o processo de colonização.

Segundo historiadores, a tradição das festas juninas – que antes eram chamadas de joaninas – surgiu na Europa durante o século 14. Na bagagem, os portugueses trouxeram as comemorações dos santos já citados acima e reverenciados nos festejos juninos do Maranhão. Embora o dia de Santo Antônio já tenha passado, o Santo, considerado Casamenteiro, é o primeiro homenageado do mês – 13 de Junho. Segundo a lenda, o santo português ajuda mulheres e homens que estão “fadados” a ficar solteiros a realizar os tão sonhados casamentos. Na sua imagem ele carrega o Menino Jesus nos braços. O tradicional Arraial do Largo de Santo Antônio continua em festa até o final do mês com várias atrações culturais e comidas típicas.

Santo Antônio
Largo de Santo Antônio

São João dá nome aos festejos

Em andamento está o festejo de São João, o segundo santo do mês e que dá nome aos festejos. São João é o principal santo católico reverenciado pelos nordestinos, cuja data, é 24 de junho, auge das festividades, exatamente quando se comemora o aniversário de São João Batista, o santo festeiro.

São João

“Se São João soubesse quando era o seu dia, descia do céu à terra com prazer e alegria” (Bendito de São João Batista). Essa é uma das muitas histórias que se conta sobre São João, pois nesse dia são tantas as festas que ele iria querer vir comemorar também. Por isso, diz a lenda, que nesse dia São João é posto para dormir o dia inteiro. “É um santo de muita importância no catolicismo. Quando ele ainda estava no ventre de Isabel, ela ao se encontrar com Maria, que estava esperando Jesus, sentiu um tremor na barriga. Era São João se manifestando com a presença do Salvador”, conta Sebastião Cardoso,  pesquisador da cultura popular, de religião africana e do catolicismo, historiador e cientista social.

Depois de São João o próximo santo a ser reverenciado é São Pedro, dia 29. O principal apóstolo de Jesus Cristo é fiel depositário de todas as esperanças de chuva dos nordestinos. O padroeiro dos pescadores ganha uma grande festa em São Luís quando o dia é feriado e os grupos de bois amanhecem na Capela de São Pedro (Madre Deus). A procissão terrestre e marítima também inclui as festividades ao santo e reúne milhares de fiéis e devotos.

São Pedro

A festa encerra as festividades juninas para o resto do Brasil, porque em São Luís a festa termina somente no dia 30, quando se comemora o dia de São Marçal em um grande encontro dos bois do sotaque de matraca no bairro do João Paulo.

O dono da festa


“E por que João Batista é considerado o mais festejado? É por conta do papel dele na história. Era primo de Jesus Cristo, passaram a infância juntos. Se tornou profeta, anunciava a vinda de Cristo. Criou o batismo, batizava as pessoas no Rio Jordão, como forma de conversão, e batizou Jesus Cristo. Por ser profeta denunciava os desmandos do império romano, por isso teve a sua cabeça pedida, e ela foi entregue em uma bandeja. Então tem todo esse histórico que se desencadeou em várias tradições”, diz Sebastião Cardoso.

Uma delas é a ligação do santo com o bumba meu boi. Como na época de sua existência era comum as pessoas serem pastores de ovelha, isso se identificou com a representação da imagem do santo com o carneirinho e também pela referência ao ciclo do gado. “Essa é uma das possíveis origens do bumba-meu-boi, que começa com o batizado no dia 24 e se encerra no dia 26 de julho, com a morte do boi, data em que é celebrado o dia de Nossa Senhora Santana, avó de Jesus Cristo”, lembra.

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