Um levantamento realizado pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) revelou que 5.233 cidades brasileiras, representando 94% das unidades federativas municipais, foram afetadas pelo menos uma vez por eventos que resultaram em decretos de situação de emergência ou estado de calamidade pública entre 2013 e 2023.

Esses eventos causaram 2.667 mortes e prejuízos totais de R$ 639,4 bilhões.

Os dados foram apresentados pelo presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, nesta segunda-feira (20), um dia antes da 25ª Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios.

Durante esse evento, gestores de cidades brasileiras se reúnem na capital federal para apresentar suas demandas ao governo.

Este ano, o tema do evento é “Pacto Federativo: um Olhar para a População Desprotegida”, com foco nos impactos dos extremos climáticos e na adaptação das cidades.

Segundo o estudo, as prefeituras acumulam um prejuízo de R$ 81 bilhões ao longo do período analisado devido a esses eventos.

Ziulkoski destacou que esses números contrastam fortemente com os repasses de recursos federais destinados a ações de resposta e recuperação.

O levantamento também revela que 2,6 milhões de moradias foram afetadas por desastres, com 115 mil delas totalmente destruídas, resultando em um prejuízo de R$ 36,2 bilhões no setor habitacional.

Ziulkoski observou que esses dados também contrastam com as metas habitacionais dos governos.

Entre 2019 e 2023, foi descontinuada a faixa de atendimento habitacional para municípios com menos de 50 mil habitantes, que representam 83% das cidades com moradias afetadas por emergências climáticas.