CONTROLE

Pombos em centros urbanos: quais riscos à saúde as aves podem apresentar?

Animais são motivo de Ação Civil Pública em São Luís. Mas afinal, que doenças podem transmitir?

Reprodução

O Ministério Público do Maranhão (MPMA) condenou o Município de São Luís a adotar providências para controlar o número de pombos na área urbana da capital. As medidas devem ser elaboradas e executadas no prazo de um ano.

O anúncio da Ação Civil Pública (ACP) ressalta que esses animais interagem de forma negativa com as pessoas e com outros animais, sendo vetores de doenças. Mas afinal, quais riscos essas aves representam à saúde humana?

A bióloga Marllen Santos da Silva – Mestranda em Saúde do Adulto pela UFMA e pesquisadora em micologia – lista algumas das doenças mais comumente causadas pelos chamados pombos domésticos.

“Elas são associadas a bactérias e fungos, que podem ser encontrados e facilmente disseminados por estarem nas fezes dos pombos. Nesse caso, podemos encontrar:”

  • salmonelose: doença infecciosa causada por bactéria, podendo ser adquirida pela ingestão de alimentos contaminados com fezes animais.
  • histoplasmose: contraída pela inalação humana de esporos, células reprodutoras de fungos. “Porém, essa doença é mais associada a pássaros em geral”, pontua a bióloga Marllen Santos.
  • ornitose: doença infecciosa provocada por bactérias. A contaminação ao homem ocorre pelo contato com aves portadoras da bactéria ou com seus dejetos.
  • criptococose: infecção pulmonar provocada por fungos que vivem no solo, em frutas secas e cereais e nas árvores; e isolado nos excrementos de aves, principalmente dos pombos domésticos. A criptococose também pode causar meningite.

A bióloga lista ainda a doença de New Castle: zoonose que pode causar conjuntivite transitória em humanos. “[Porém,] esta é mais associada a pessoas que criam pombos. Se a pessoa tem o contato direto com o animal infectado, pode contraí-la”, detalha a bióloga.

A contaminação por pombos em centros urbanos ocorre por vias diretas e indiretas. “A indireta seria a inalação da escreta seca do pombo; já a indireta ocorre pela ingestão de alimentos ou água contaminada com as fezes do pombo”, explica Marllen.

A determinação do MPMA se dá em meio a um cenário bastante favorável à disseminação dessas aves – conhecidas pela reprodução rápida. “Esta geralmente tem a ver com a abundância de alimentos que os pombos podem ter. Quando as pessoas fazem descarte incorreto de alimentos, por exemplo, isso gera facilidade para os animais. Além disso, os pombos não possuem predadores naturais nos centros urbanos, o que facilita ainda mais sua reprodução”, explica a bióloga.

Por lei, não é permitido exterminar pombos usando venenos ou métodos mecânicos. Sendo assim, a principal solução para conter uma infestação é reduzir a disponibilidade de alimentos e de locais para esse animais. “É necessário limpeza adequada de ambientes públicos e o acondicionamento próprio do lixo, tornando-o inalcançável aos pombos”, conclui a bióloga.

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