DESDOBRAMENTOS

Caso Tio Paulo: empréstimo de R$ 17 mil foi pedido em março por idoso

Segundo os familiares de Paulo Roberto Braga, o dinheiro seria para uma reforma na casa da sobrinha, onde morava, para melhorar as condições do ambiente em que ficava.

Reprodução

A família de Erika de Souza Vieira Nunes, de 42 anos, e de Paulo Roberto Braga, de 68 — tia e sobrinho que estão nas imagens em uma agência bancária que viralizaram na semana passada — deu mais detalhes de como era a vida dos dois.

Em entrevista ao Fantástico — da TV Globo — os familiares que eram irmãos e filhos de Erika, contaram que os R$ 17 mil em empréstimos foram solicitados por Paulo semanas antes do ocorrido, em 25 de março. Na tarde de 16 de abril, Erika levou Paulo para a agência para sacar a quantia, mas o homem estava morto.

De acordo com os familiares, o dinheiro seria para uma reforma na casa onde moravam Paulo, Erika e três dos seis filhos dela. Como estava mais debilitado, a família disse que pretendia converter a garagem em um espaço mais confortável para o idoso ficar ao longo do dia.

Na entrevista, o ex-marido de Erika, José Geraldo Santos, que trabalha como pedreiro, revelou que tinha feito um orçamento da obra na garagem.

“Dei o orçamento para ela de todo o material, ela queria colocar o piso, inclusive falou para mim que queria pintar, queria comprar geladeira, uma televisão nova para poder deixar lá para ele, uma cadeira de roda, uma cama mais confortável para que ele se sentisse melhor”, afirmou.

A família mostrou ainda laudos psiquiátricos assinados por especialistas para Erika. Ela teria diagnósticos de depressão e alucinações auditivas.

Cronologia do caso

Paulo Roberto teria solicitado o empréstimo no valor de R$ 17 mil em 25 de março, contudo, ele ficou internado com o quadro de pneumonia entre os dias 8 e 15 de abril na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Bangu, no Rio de Janeiro, o que inviabilizou o saque do valor por parte dele.

Em 15 de abril, Erika foi flagrada com o tio no shopping onde fica a agência bancária. Segundo a advogada da mulher, ela teria ido à agência para sacar o dinheiro mas foi avisada que precisava fazer em outro local.

Paulo é flagrado com vida pelas câmeras do local. Na entrada do shopping é possível ver que ele conversa com uma pessoa.

No dia seguinte, Erika e Paulo saíram de casa outra vez. O irmão de Erika, Jairo, relatou que viu os dois antes de saírem de casa e que o tio estava fraco e debilitado, mas conversou com ele normalmente. Ele saiu da residência pouco depois.

Para ir novamente ao shopping, Erika chamou um carro de aplicativo. Com ajuda de um mototaxista, a mulher conseguiu colocar Paulo no carro e seguiram rumo ao shopping.

Segundo testemunho do motorista que levou os dois para o shopping, Paulo estava vivo e teria segurado a porta do veículo ao ser retirado.

“A princípio, entendemos que ele saiu vivo de casa. Isso foi narrado por testemunhas. Ele chega vivo ao shopping, mas já não apresenta um comportamento normal”, disse Fábio Souza, o delegado que cuida do caso.

Os dois foram levados então para uma ala reservada onde uma funcionária tentou fazer massagem cardíaca em Paulo. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) chegou na sequência e um dos médicos constatou que Paulo estava morto a pelo menos duas horas, já que o corpo continha livores, manchas de sangue que costumam aparecer após esse período pós-morte.

Segundo o laudo do Instituto Médico Legal (IML), Paulo morreu por broncoaspiração de conteúdo estomacal e falência cardíaca. A polícia pediu que exames adicionais sejam feitos para saber se Paulo sofreu algum tipo de intoxicação.

A perícia indica ainda que o horário da morte não é conclusivo e pode ter ocorrido entre 11h30 da manhã da terça-feira (16) e 14h30. Este é o intervalo de tempo em que tia e sobrinho saíram de casa, chegaram no shopping e entraram no banco.

*Informações do Correio Braziliense | Camilla Germano

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