Competição Nacional

Brasileirão 2024: em meio a CPI das Apostas, competição terá patrocínio de bet

Esta mudança, aparentemente despretensiosa, reflete uma tendência iniciada pelos próprios clubes a partir de 2019.

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Dois dias após a instalação de uma nova Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) pelo Senado para investigar denúncias de manipulação de resultados no futebol e as atividades das casas de apostas, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou uma mudança significativa: a principal competição nacional será agora patrocinada por um cassino online.

O Assaí Atacadista, parceiro da elite nacional nos últimos seis anos, dá lugar à Betano, que estampará sua logomarca na competição pelas próximas três temporadas.

Esta mudança, aparentemente despretensiosa, reflete uma tendência iniciada pelos próprios clubes a partir de 2019.

O Fortaleza foi a primeira instituição do pelotão de elite do futebol nacional a firmar parcerias com empresas do ramo, e hoje mais da metade dos concorrentes no Brasileirão 2024 segue essa tendência. Dos 20 clubes envolvidos na nova edição, 14 têm casas de apostas como principal investidor.

A exceção a essa tendência são Grêmio e Internacional, apoiados pelo banco gaúcho Banrisul; Cuiabá, apoiado pela Drebor, fabricante de materiais de recapagem de pneus; Palmeiras, assistido pela Crefisa, companhia de crédito pessoal; e Red Bull Bragantino, potencializado pela marca de bebidas energéticas.

O Vasco é o único clube que ainda não tem patrocínio master de uma casa de apostas, mas já firmou acordo com a Betano, a nova patrocinadora da competição. Esta mudança contrasta com a Premier League, que vetou patrocínios de casas de apostas para os 20 clubes que disputam a liga a partir da temporada 2025/26, devido à responsabilidade com os torcedores.

A parceria entre CBF e Betano indica uma continuidade nessa direção. A empresa já possui parcerias com diversos clubes brasileiros, incluindo o Fluminense e o Atlético-MG, além de deter os naming rights da segunda divisão do país e da Copa do Brasil. Este novo acordo renderá à CBF entre R$ 70 milhões e R$ 80 milhões por ano.

Além do patrocínio, a Betano também estará envolvida em diversas iniciativas relacionadas à competição, como premiações para o melhor jogador de cada partida, eleito em votação popular, estatuetas de Gol da Rodada, Craque Betano do Mês e Craque do Brasileirão Betano, além de rebatizar as redes sociais da competição com o nome da empresa.

Enquanto a CBF celebra essa nova parceria, o cenário político do futebol brasileiro também está em destaque, com a CPI das Apostas Esportivas em curso no Senado. Presidida pelo senador Jorge Kajuru (PSB-GO) e com relatoria do ex-atacante Romário (PL-RJ), a CPI tem como objetivo investigar possíveis fraudes no futebol relacionadas às apostas esportivas. O cronograma prevê reuniões regulares ao longo de 180 dias para analisar os casos relatados pela empresa SportRadar, que monitora e fornece dados para as apostas esportivas.

O primeiro convidado pela Comissão será o dono da SAF do Botafogo, o americano John Textor, que fez acusações sobre supostos esquemas de manipulação de resultados envolvendo jogadores e equipes de arbitragem.

O presidente da CPI, Jorge Kajuru, apesar de liderar esta investigação, foi criticado por sua associação com uma casa de apostas em propagandas veiculadas em seu programa de entrevistas na TV.

Enquanto isso, o Brasileirão 2024 se inicia com quatro partidas emocionantes. O Internacional, pressionado por quatro jogos sem vitória, enfrenta o Bahia no Beira-Rio; Criciúma e Juventude se enfrentam no Heriberto Hulse; o Fluminense, visto como candidato ao título, enfrenta o Bragantino; e o São Paulo enfrenta o Fortaleza, comandado por Juan Pablo Vojvoda. Todos os jogos serão transmitidos pelo Premiere.

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