Senado inicia CPI para investigar impacto das apostas esportivas no esporte nacional
Sem votos em 2023, o Senado retorna com a comissão para investigar apostas esportivas no futebol.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, determinou a reabertura da CPI investigativa para avaliar os resultados do futebol no Brasil. O requerimento foi apresentado por Romário, senador e ex-jogador de futebol, após um relatório criado pela SportRadar, foram apontadas 109 partidas com atividade suspeita.
O assunto vem à tona após muitas denúncias recebidas e um escândalo retratado em rede nacional sobre o aliciamento de jogadores.
“Isso nos coloca como o país com o maior número de partidas analisadas nesta condição. Após anos de mercado totalmente sem regulamentação e pela enorme quantidade de dinheiro que o setor movimenta, não podemos mais fechar os olhos para o que vem acontecendo com a integridade do nosso esporte, que é o esporte número um e mais popular do planeta, a paixão de todos, não só dos brasileiros”, afirma Romário a Agência Senado.
A CPI conta com 11 senadores e 7 suplentes, ainda sem líderes estipulados para a bancada. Existe um prazo de 180 dias, mas ele pode ser prorrogado conforme o andamento do processo. No ano passado, uma CPI com o mesmo contexto foi finalizada sem a tradicional votação, voltando para o Senado.
Antes mesmo de a comissão aprovar o requerimento, Romário se mostrou animado com o resultado e pretende esclarecer os atos criminosos, desmascarando empresas de apostas, jogadores e tudo que envolve as fraudes no futebol brasileiro.
“Tenho certeza de que o nosso presidente [do Senado] Rodrigo Pacheco vai dar a resposta positiva, vai abrir essa CPI, e a gente vai trazer a este Congresso, ao Senado especialmente, pessoas que estejam totalmente ligadas, e entidades também, jogadores, dirigentes. E, claro que não podia ser diferente, até mesmo essas casas de apostas, para a gente definitivamente entender, conhecer e saber o que é que está por trás de tudo isso“, finaliza o deputado.
Devido ao grande investimento no país e atividade econômica, diversos políticos são contra o envolvimento das casas de apostas nas investigações, como deseja Romário, uma vez que não devem ser culpadas pelos trâmites criminosos. As casas de apostas são as mais prejudicadas, mas defendem a CPI. Elas pagam uma alta quantia aos apostadores do esquema e tem seu nome envolvido erroneamente no assunto, como afirma Justgamblers, site especializado em jogos de azar.
Esquema de apostas
Em Goiás a Operação Penalidade Máxima revelou as fraudes propositais nos jogos de futebol, ela deu início a CPI. Os jogadores recebiam até R$ 100 mil para receberem cartões vermelhos e amarelos durante as partidas, enquanto apostadores criavam apostas com foco nos jogadores em questão.
Foram descobertos problemas nos resultados de partidas ocorridas em 20 estados do Brasil, com diversos envolvidos no crime. Entre os jogadores descobertos no esquema, estão: Eduardo Bauermann (Santos), Pedrinho (Athletico-PR), Bryan Garcia (Athletico-PR), Alef Manga (Coritiba), Kévin Lomónaco (Red Bull Bragantino), Nino Paraíba (América-MG), Vitor Mendes (Fluminense) e Victor Ramos (Chapecoense).