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IBGE: analfabetismo cai no Nordeste, mas ainda é o dobro da média nacional

O Nordeste se destaca como a região com a maior taxa, atingindo 11,2%, mais que o dobro da média nacional, de 5,4%.

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A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2023, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (22), revelou profundas disparidades no panorama do analfabetismo no Brasil, que vão além das diferenças relacionadas à idade, também abrangendo desigualdades regionais e étnico-raciais.

De acordo com os dados, o Nordeste desponta como a região com a maior taxa de analfabetismo, atingindo 11,2%, mais que o dobro da média nacional, que é de 5,4%. Em contrapartida, o Sul e o Sudeste apresentam as menores taxas, com 2,8% e 2,9%, respectivamente.

É interessante notar que, apesar da alta taxa inicial, o Nordeste registrou a maior queda no analfabetismo em comparação com anos anteriores.

No que diz respeito às disparidades étnico-raciais, os dados da Pnad também são reveladores. Em 2023, a taxa de analfabetismo entre pessoas pretas ou pardas era de 7,1%, mais que o dobro da taxa entre pessoas brancas, que foi de 3,2%. Quando se cruzam as questões de idade e raça, a situação se agrava ainda mais, com a taxa de analfabetismo entre os brancos com 60 anos ou mais atingindo 8,6%, enquanto entre os negros essa taxa quase triplica, chegando a 22,7%.

Em relação ao gênero, as disparidades são menos marcantes, com uma taxa de analfabetismo de 5,2% para mulheres e 5,7% para homens na faixa etária de 15 anos ou mais.

Entretanto, esses números estão longe das metas estabelecidas pelo Plano Nacional de Educação (PNE), que projetava uma redução do analfabetismo para 6,5% até 2015 e sua erradicação total até o fim de 2024.

Outro dado preocupante é a média de anos de estudo para pessoas com 25 anos ou mais, que foi de 9,9 anos em 2023, mantendo-se estável em relação ao ano anterior. As disparidades persistem nesse recorte, com as pessoas brancas apresentando uma média de 10,8 anos de estudo, enquanto as pretas ou pardas têm uma média de 9,2 anos.

Em termos de escolarização das crianças, houve avanços, com uma taxa de escolarização de 98,7% para crianças de 0 a 3 anos e 92,9% para crianças de 4 a 5 anos. A universalização do ensino fundamental já estava praticamente alcançada em 2023, com uma taxa de 99,4% de crianças de 6 a 14 anos frequentando a escola.

No entanto, entre os jovens de 15 a 17 anos, a taxa de escolarização cai para 91,9%, e muitos jovens entre 18 e 24 anos já não frequentam a escola, sugerindo um avanço da evasão escolar em todas as etapas da educação básica.

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