O mês de março é muito conhecido pela campanha Março Lilás. Mas outras cores significativas para a saúde também tornam o mês colorido, como as campanhas Março Amarelo (endometriose), Março Azul-marinho (câncer de intestino ou colorretal). Os meses coloridos são importantes para a conscientização sobre temas relacionados à saúde. Essas campanhas são feitas ao longo do ano para incentivar a prevenção de doenças, com ênfase em cada mês específico. Vamos saber um pouco mais sobre essas campanhas?

Maranhão registrou 702 casos de câncer de colo do útero em 2023

Março é um mês importante para as mulheres, não só pelo Dia Internacional da Mulher e tudo que este representa, mas também por ser o mês de conscientização sobre prevenção do câncer do colo do útero – quarta maior causa de morte de mulheres por câncer no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), terceiro tumor mais frequente na população feminina.

De acordo com dados do Sistema de Informações de Câncer (SISCAN), até fevereiro deste ano, foram registrados 20 casos de câncer de colo do útero no Maranhão Nesta semana, o Governo do Estado lançou a Campanha Março Lilás, que neste ano traz o tema “Nossa força é a prevenção: combate ao câncer de colo do útero”.

A campanha incentiva à prevenção das mulheres de 25 a 64 anos sobre a importância do exame Papanicolau e da vacinação contra o HPV, nas meninas e meninos com idade média entre 9 a 14 anos, contra o papiloma vírus humano (HPV).

S vacina HPV quadrivalente, disponibilizada pelo SUS, é o método mais eficaz de prevenção contra o HPV, deve ser realizada nas faixas etárias de 9 a 14 anos de idade. Essa vacina confere proteção contra os subtipos 6 e 16 (baixo risco) que causam as verrugas genitais e 16 e 18 (alto risco) que podem causar câncer de colo do útero, vagina, pênis e de orofaringe.

A vacina contra o HPV está disponível nas Unidades Básicas de Saúde, sendo administrada em duas doses, para meninos e meninas de 9 a 14 anos, com intervalo mínimo de seis meses entre as doses.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, no Maranhão, em 2023, crianças e adolescentes do sexo feminino foram as que mais vacinaram contra o vírus HPV, com 63,31% (14 anos), 57,16% (13 anos), 51,35% (12 anos), 48,63% (11) anos, 39,32% (10 anos) e 21,77% (9 anos). Neste mesmo período, as crianças e adolescentes do sexo masculino ficaram abaixo do esperado quanto a cobertura vacinal, com 34,15% (14 anos), 32,07% (13 anos), 29,63% (12 anos), 22,6% (11 anos), 13,65% (10 anos) e 7,05% (9 anos).

Março Amarelo – Endometriose

A campanha Março Amarelo visa a conscientização sobre a endometriose e busca aumentar o conhecimento da população sobre a doença, bem como divulgar que o SUS oferece diagnóstico e tratamento para a população, a partir de uma atenção integral. Dados de 2022 do Ministério da Saúde, alertam que a doença afeta de 10% a 15% das mulheres em idade reprodutiva.

A endometriose é uma doença ginecológica silenciosa, que atinge cerca de um décimo das mulheres e pessoas com útero no Brasil. Entre aquelas que enfrentam infertilidade, os índices são ainda mais altos, variando de 30% a 60% – e entre as que convivem com dor pélvica, chega a 70%.

Apenas em 2022, o Sistema Único de Saúde registrou mais de 10 mil procedimentos hospitalares (incluindo internação) por conta da doença.

A doença em questão ocorre quando o endométrio, tecido que reveste o útero, cresce em localização extrauterina, principalmente nos órgãos e nas estruturas da pelve feminina. Os sintomas podem vir como dor forte em forma de cólica durante o período menstrual; dor durante as relações sexuais; dor e sangramento ao urinar e evacuar; fadiga; entre outros. Com isso, surgem as cólicas intensas e os incômodos. Além disso, a Endometriose possui ligação com a infertilidade.  Estima-se que quase 50% das mulheres afetadas por ela possuem dificuldades para engravidar.

Março Azul-Marinho

O câncer colorretal é o terceiro tipo mais comum no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer – INCA. No mês de março, a cor Azul-Marinho representa a campanha de conscientização.

O câncer de cólon e reto origina-se no intestino grosso, também chamado de colón, e no reto, região final do nosso trato digestivo e anterior ao ânus. A idade também aumenta a chance do aparecimento de tumores nessa região, sendo mais comum em pessoas acima de 50 anos.

Esse tipo de câncer é silencioso, tem crescimento lento e manifesta sinais e sintomas apenas quando o tumor está grande. Ficar atento a eles para a detecção precoce é essencial. Alguns sinais devem ligar o alerta: sangue nas fezes; mudança no hábito intestinal; dor ou desconforto abdominal, tipo cólica, com gases e associado ao inchaço abdominal; evacuações dolorosas; entre outros.

A cirurgia é o principal caminho para que o tumor seja retirado, mas também há possibilidade de ser realizada radioterapia e quimioterapia, além do auxílio de medicamentos no tratamento.

“Ou a gente desiste ou  a gente segue”. As palavras são da enfermeira Séphora Riselli Pontes Silva 42 anos, diagnosticada com câncer de intestino. Depois de uma longa jornada iniciada há 2 anos, e duas cirurgias, a enfermeira segue lutando, mas longe do perigo que passou. Aos outros, ela recomenda a ter atenção; “se tiver sangue nas fezes, desconforto abdominal, diarreias frequentes, consistência nas fezes, quantidade excessiva de gases, constipação, procure um proctologista urgente”. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a estimativa é de 44 mil novos casos por ano de câncer de colorretal no Brasil.

O Hospital de Câncer do Maranhão é referência em tratamento oncológico de alta complexidade no estado. Por mês, a unidade atende aproximadamente 35 pacientes diagnosticados com câncer de colorretal. O hospital integra a rede da Secretaria de Estado da Saúde (SES) sendo gerenciado pela Associação Brasileira de Entidades de Assistência Social (ABEAS).