Fala de Bolsonaro sobre “minuta do golpe” deve ser usada pela PF
Para investigadores, a fala pode ter sido uma confirmação de que ele tinha conhecimento da minuta do golpe.
A citação à “minuta do golpe” por Jair Bolsonaro (PL) em seu discurso na Avenida Paulista, em São Paulo (SP), neste domingo (25), deve ser usada pela Polícia Federal (PF) no inquérito que apura uma suposta organização criminosa, responsável por orquestrar um plano de golpe de Estado.
Para investigadores da corporação, a declaração de Jair Bolsonaro pode complicar a situação do ex-presidente na investigação, isso porque a fala pode ter sido uma confirmação de que ele tinha conhecimento da minuta do golpe. As informações são do jornal O Globo.
No discurso do ex-presidente Jair Bolsonaro, no qual ele fez menção à suposta minuta de um golpe, ele minimizou o documento. Para o ex-presidente a minuta não é motivo para o acusá-lo. Ele ainda insinuou que o documento seria constitucional.
Para policiais federais envolvidos no caso, a intenção de Bolsonaro era sustentar que não houve tentativa de golpe, no entanto, para os agentes, ele acabou admitindo que o documento existia. Segundo os investigadores, a transcrição da fala do ex-presidente deve ser incluída no inquérito.
“Agora, o golpe é porque tem uma minuta de um decreto de Estado de Defesa. Golpe? Usando a Constituição? Tem que ter uma santa paciência… Golpe usando a Constituição”, declarou Jair Bolsonaro a milhares de apoiadores.
Depoimento
Quatro dias antes do ato na Avenida Paulista, o ex-presidente optou por ficar em silêncio ao ser questionado pela PF sobre a sua participação no plano de golpe de Estado.
“Deixo claro que o estado de sítio começa com o presidente da República convocando os conselhos da República e da Defesa. Apesar de não ser um golpe, o estado de sítio não foi convocado, nem os conselhos da República nem da Defesa foram consultados. O segundo passo do decreto do estado de sítio é enviar uma proposta para o Parlamento”, declarou.
O documento conhecido como “minuta do golpe” foi encontrado inicialmente na casa do ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro Anderson Torres, em janeiro de 2023. O texto decretava “Estado de Defesa na sede do Tribunal Superior Eleitoral”, com o intuito de “garantir a preservação ou o pronto restabelecimento da lisura e correção do processo eleitoral presidencial do ano de 2022”.
* com informações do Estado de Minas
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