Maranhão apresenta aumento de 130% nos transplantes de órgãos
O estado do Maranhão também apresentou aumento de 88% nos transplantes de córneas em relação ao ano de 2022.
O Governo do Maranhão, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES) divulgou resultados muito positivos das ações de doação e transplantes de órgãos, em 2023. Segundo a Central Estadual de Transplante do Maranhão (CET-MA), no ano passado, o estado apresentou aumento de 130% nos transplantes de órgãos e de 88% nos transplantes de córneas, em relação ao ano de 2022.
Em números mais precisos, de acordo a CET-MA, em 2023, se fizermos um comparativo com 2022, saltamos de 27 transplantes de órgãos no ano anterior para 62 neste último ano. Esse cenário positivo também pode ser observado no que diz respeito aos transplantes de córneas realizados no Maranhão, que saltaram de 133 para 255.
Ainda segundo o levantamento, foram captados sete corações, destinados a pacientes de outros estados, uma vez que no Maranhão não há no momento pessoas aguardando por transplante deste órgão.
Também foram captados 54 rins, sendo 41 implantados em pacientes situados no Maranhão e 11 ofertados para o Sistema Nacional de Transplantes (SNT); assim como 27 fígados, os quais foram disponibilizados para captação, com implante local de quatro e oferta de 17 para o Sistema Nacional.
Caso Nayara
Vale lembrar um pouco a história de Nayara Alencar, de 28 anos, que fez transplante de rim em maio de 2023, no Hospital Universitário Presidente Dutra da Universidade Federal do Maranhão (HU-Ufma). Ela contou que na sua família existe o histórico de parentes que são pacientes renais crônicos. Alguns chegaram a ser submetidos a diálise, como o caso de um tio, que também é transplantado, um primo e mais recentemente a própria mãe.
“Eu tinha 13 anos quando, após exames laboratoriais de rotina, descobri que estava com as funções renais comprometidas, mesmo sem apresentar nenhum sinal ou sintoma. Naquele primeiro momento, eu não precisei fazer diálise, apenas o tratamento conservador. Eu sabia que era algo complicado, mas não entendia a dimensão”, explicou Nayara Alencar.
Após quatro anos, no final de 2013, foi necessário iniciar as sessões de diálise e com isso também entrar na fila de espera até o transplante em definitivo, quase 10 anos depois. “Eu tinha acabado de chegar de uma sessão de diálise. No começo deu um misto de desespero e medo, mas ao mesmo tempo alguma coisa me dizia que eu precisava ir”, recordou Nayara.
Depois de oito meses transplantada, Nayara Alencar descreveu o quanto a sua vida mudou para a melhor. “O transplante me deu uma vitalidade que eu nunca tinha experimentado antes. Eu me sinto viva, ativa e mais proativa. Dar o ‘sim’ para a doação de órgãos é permitir que uma vida mude. É um ato de amor ao próximo”, enfatizou.