Entenda

OMS libera leite de vaca para crianças entre 6 a 11 meses que não mamam

A medida é polêmica entre especialistas, que contraindicam o consumo de leite bovino nesta faixa etária.

Foto: Reprodução

Uma nova recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) agora permite o consumo de leite de vaca para bebês entre seis e onze meses que não são amamentados, como parte da orientação para alimentação complementar de crianças nessa faixa etária.

Esta medida marca uma mudança em relação às recomendações anteriores e também contraria a orientação de sociedades médicas que desencorajam o consumo de leite de origem animal para bebês.

Entre os seis e onze meses de idade, a OMS liberou o consumo de leite integral pasteurizado, leite reconstituído evaporado (exceto o condensado), leite fermentado ou iogurte natural.

Algumas pesquisas indicam que o consumo de leite de vaca por bebês pode estar associado a complicações, como um maior risco de doenças cardiovasculares, formação de pedras nos rins, ganho de peso excessivo e problemas hepáticos, devido à quantidade elevada de proteínas. A Sociedade Brasileira de Pediatria desaconselha esse consumo, citando estudos que demonstram a associação do leite integral de vaca com índices mais altos de obesidade e outras consequências adversas.

Um artigo publicado por pesquisadores brasileiros na revista científica Research, Society and Development conclui que “o leite de vaca não é a opção mais recomendada para a alimentação de crianças antes do primeiro ano de vida, não atendendo adequadamente às suas necessidades nutricionais e podendo desencadear alergias, intolerâncias alimentares e doenças crônicas, como obesidade e anemia ferropriva”.

A OMS menciona estudos científicos em sua resolução, no entanto, classifica o leite de vaca integral pasteurizado como “escolha segura” para os bebês, juntamente com a complementação por fórmula. Após o primeiro ano de vida, a recomendação é que não se utilize mais a fórmula, apenas o leite animal.

Essas novas diretrizes substituem as recomendações anteriores da OMS, datadas de 2003 e 2005, e têm o objetivo de orientar famílias, profissionais de saúde e autoridades públicas sobre o cuidado com as crianças.

Essa medida tem gerado polêmica entre especialistas. A nutricionista terapêutica Simone Iwai alerta para as possíveis consequências negativas do consumo de leite de vaca por crianças, mencionando sintomas como inflamações, dores de cabeça, amigdalite, otite, rinite, sinusite e gastrite.

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