Natal: Renovação, fé e perdão
Época de lembrar o verdadeiro sentido da data, de se aproximar do amor de Deus, e do que Ele quer para a humanidade.
“Como Deus é o Pai que nos ama, Ele quer perdoar os nossos pecados para restaurar as nossas relações com Ele. Assim como Deus quer que amemos o nosso próximo, da mesma maneira devemos perdoá-lo”. (Colossenses 3:12-15).
Com as proximidades das datas de Natal e Ano Novo, as pessoas ficam mais reflexivas, mais flexíveis, e é comum aflorar sentimentos de compaixão, de culpa, mas também de perdão.
Essa é uma época de renovação não só da fé, mas de refletir sobre as coisas, os sentimentos, as relações.
Mas se o fim do ano remete a renovação, não só da fé, mas ainda das relações que mantemos com aqueles que nos cercam, qual a importância do perdão nessa época?
“O perdão é um elemento, uma característica inerente aos seguidores de Jesus. Ele nos ensinou de diversos modos, e está na Bíblia, no antigo e no novo testamento, na oração do Pai Nosso, no diálogo com Pedro. O perdão liberta quem dá e quem recebe. E na vida, a Igreja nos ensina isso, em diversos momentos a gente vai precisar pedir perdão ou oferecer o perdão. E esse perdão independe do mérito do outro. A gente perdoa porque Deus é bom e perdoa sempre, nós nos esforcemos a perdoar sempre também. Nem sempre é fácil, é verdade, alguns tipos de perdão vão exigir muito sacrifício, muita espiritualidade, algum tempo pro coração se curar. Mas o perdão sempre liberta, sempre cura e sempre é uma atitude, porque nós aprendemos de Jesus”, disse o padre Gutemberg de Sousa Feitosa, Pároco de São Maximiliano Kolbe (Vinhais).
Especialmente nessa época, como que a se livrar das coisas ruins do ano que passou, muitas pessoas procuram o perdão, despertado pelo espírito natalino.
Segundo o padre, isso se dá em função da importância da data.
“Nós vivemos, enquanto cristãos católicos, uma das datas mais importantes da vida, da Igreja, dos seguidores de Jesus, que é o nascimento do Senhor Jesus. Aliás, são duas as principais datas ao longo do ano: uma é a morte e a ressurreição, a Páscoa; a outra é o nascimento e encanação, o Natal. Então, essas duas datas, especialmente o Natal, porque está mais próximo, desperta em nós uma renovação espiritual, um desejo de, para usar uma linguagem mais jovem, ‘restatar’. Reconectar a nossa vida com Deus, fazer uma avaliação, uma penitência, perceber que nós podemos fazer mais. Apesar das precariedades da vida, porque a vida contém suas precariedades, nós, com as bênçãos de Deus podemos nos esforçar mais para cuidar um dos outros, perdoar e amar. Então, o Natal por ser chegada de Jesus, desperta nos seguidores de Jesus, o desejo de renovação, de reconciliação, de praticar de forma renovada o perdão”.
Natal é para ser celebrado em família
O padre reforça que o momento do Natal é para ser vivido em família, ainda que não seja a sua família, mas que onde você esteja, esteja cercado de pessoas que lhe fazem bem.
Ele lembra a Sagrada Família de Nazaré, e cita a cena do presépio, uma invenção de São Francisco de Assis que está completando 800 anos.
“O presépio e a cena do Natal, mostram uma cena familiar, mesmo na rudeza, na pobreza daquela cena, em um lugar certamente inadequado para se pensar o nascimento do Rei do mundo, isso aos olhos humanos, mas aos olhos de Deus o lugar ideal que mostra que Deus veio em nossa pobreza para nos enriquecer com a sua presença. Então, Natal é para celebrado em família como aquela cena bonita de Jesus Maria e José. A família mais próxima, pai mãe e filho, avós, enfim, um núcleo um pouquinho maior, talvez com tios, primos sobrinhos, amigos próximos, mas a família em sentido alargado, a família da comunidade. A família é onde você está, se está viajando, mas pode se conectar através dos modernos meios de comunicação. Nas celebrações, ir em família para aquele Natal e depois cear, ou fazer alguma atividade caritativa. Algumas famílias fazem isso também. Participa da celebração e depois vão fazer algum gesto de caridade, como vamos fazer aqui na nossa Paróquia”.
O centro do Natal
O padre Gutemberg reforça que o Natal é uma festa familiar para lembrar que Deus é família e habitou no meio de nós em uma família. E que como família, Ele nos quer unidos.
“Nessa vida familiar existem contratempos , desgastes, problemas, então, o Natal e a ceia de Natal em família é sempre ocasião para a gente celebrar também a reconciliação, o perdão, a unidade, a renovação dos nossos laços a partir de Jesus, e isso é importante. Tudo por Jesus. Ele é o fundamento da nossa vida, da nossa união, da nossa celebração, do nosso Natal. É ocasião também, nesse mundo tão consumista e materialista, para a gente recentrar: o centro da vida cristã é Jesus. Porque às vezes a figura do Papai Noel com os presentes, o comércio, fica muito em evidência nos meios de comunicação nas mídias, enfim, e a gente tem que recentrar. O centro é o Senhor Jesus, que nasce bebê, de Maria Santíssima, de São José, para nos fazer felizes com a sua presença”, disse.
Confira a programação das paróquias:
Santuário Nossa Senhora de Nazaré – Cohatrac – (Dia 25) – 17h e 19h – Leve uma vela na celebração do Senhor
Santuário de São José de Ribamar – (Dia 25) – Natal do Senhor – 17h
Santuário da Conceição – Monte Castelo – (Dia 25) – 17h30 – Transmissão ao vivo pelo YouTube
Paróquia Santo Antônio de Pádua – Cohajap2 – (Dia 25) Celebração do Natal – 19h
Igreja São Judas (João Paulo) – (Dia 25) – Missa do Dia de Natal – 19h
Três perguntas// Fabiana Borges Macedo (Psicóloga Perita)
1.O que pode caracterizar o espírito natalino, comportamento adotado pelas pessoas ao fim do ano?
“A maior simbologia do Natal é purificar o coração, deixando espaço para renovação de forças, leveza nos sentimentos consigo e com o outro e a permissão em si mesmo de estar em cura!”
2. Atitudes como perdão, doação, e sentimentos como gratidão, são mais enfáticos nessa época. Como fazer para que isso perdure ao longo do ano de forma real?
“A autenticidade com sua leve existência traz consigo o sabor de estarmos leves, em cada passo que damos na vida real. Ter clareza de nossas emoções nos torna numa melhor Motivação Psicológica com nosso bem maior que o prazer da consciência límpida e feliz! Acreditando em si teremos um dia melhor!!!”
3. Como lidar com sentimentos festivos, dada a época do ano, com outros como tristeza ou inveja por quem não vê o Natal como uma época mágica?
“Fazendo o melhor que podemos, quando pensamos em ver o sorriso nos olhos dos que são por natureza da nossa mesma espécie: humana, sem distinção alguma e acalentando as dores veladas trazendo a plena certeza que todos são iguais. E que todos têm o mesmo direito para que não sejamos violentados por eventos ruins. Assim vamos aperfeiçoando o nosso altruísmo e buscando fazer o melhor de nós a cada dia, com partilha das emoções boas.”