Dino e Moro cordiais e em paz
Sérgio Moro foi até a cadeira onde Flávio Dino estava para cumprimentar o candidato
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, e o senador da República, Sérgio Moro (União-PR), agiram com total cordialidade mútua antes do início da sabatina a qual Dino e Paulo Gonet foram submetidos na Comissão de Cosntituição e Justiça (CCJ) do Senado. Dino é candidato ao Supremo Tribunal Federal (STF) e Gonet à Procuradoria Geral da União (PGR).
Sérgio Moro foi até a cadeira onde Flávio Dino estava para cumprimentar o candidato. Recebeu, de volta, sorrisos e um abraço – mesmo que Dino tenha permanecido sentado. Ambos agiram com leveza durante uma breve conversa.
A cena pareceu estranha a muita gente, tendo em vista que, ao longo de quase uma década, Sérgio Moro e Flávio Dino divergem ideológica e politicamente. Mas, na fala de ambos, isso foi deixado de lado na sabatina.
Centrado e ponderado, Moro fez críticas a quem indicou Flávio Dino, mas não ao ministro – exceto quando se referiu ao pós 8 de janeiro, onde, segundo Moro, Dino “contribuiu para o acirramento da polarização”. Contrário a isso, o senador paranaense até fez elogios à postura de Dino.
Moro também apresentou sugestões ao ministro da Justiça, para caso assuma a vaga no STF. A primeira foi retirar ações judiciais movidas por Dino contra parlamentares. A segunda foi para que Dino deixe as redes sociais.
Ao responder Moro, Dino destacou que o conhece “há algumas décadas”. Pontuou que os números da segurança pública em 2023, apesar de ainda não serem conclusos, devem ser positivos em comparação a 2022.
Quando falou sobre o uso das redes sociais, Dino disse que ele pode continuar com os perfis ativos, mas com postura diferente.
“É claro que deixo a vida política em todas as dimensões, inclusive nas redes sociais. (…) Mas eu preciso de algum lugar para falar do Botafogo e Sampaio Corrêa, e quem sabe por isso mantenha as redes sociais, porque são duas paixões inexplicáveis. No caso do Botafogo, eu preciso dizer em algum lugar que o time que lidera o Campeonato Brasileiro por 20 pontos não tem direito de ficar em quinto lugar. Preciso de algum lugar para escrever isso, e talvez seja o Twitter”, disse Dino de forma descontraída.
Flávio Dino ainda brincou com o fato de Moro ainda não ter votado, na esperança dele ser favorável. “Vejo que o senhor, senador Moro, ainda não votou, o que me enche de esperança”.