de janeiro a outubro

Violência contra a mulher: Ligue 180 recebe mais de 74 mil denúncias

Em comparação ao mesmo período de 2022, houve um aumento de 899 casos.

O levantamento do Ministério da Mulher indica aumento do número de denúncias de violência contra a mulher em relação ao ano passado. (Foto: Reprodução)

Durante o período de janeiro a outubro deste ano, o canal de assistência às mulheres vítimas de violência, o Ligue 180, recebeu cerca de 1.525 ligações por dia, apontando para uma incidência significativa de denúncias de violência.

Até outubro de 2023, o registro contabilizou 74.584 denúncias de violência contra a mulher, indicando um aumento de 899 casos em comparação ao mesmo período do ano anterior.

É importante notar que a questão racial desempenha um papel crucial nessas denúncias, com 31.931 denúncias provenientes de mulheres negras, o que representa mais da metade das denúncias feitas pelas próprias vítimas.

A análise das denúncias revela que a violência psicológica lidera os motivos de denúncia no canal 180, com 72.993 casos reportados. Em seguida, vêm a violência física, com 55.524 ocorrências, e a violência patrimonial, totalizando 12.744 casos. Além disso, houve 6.669 casos de violência sexual, 2.338 de cárcere privado, 2.156 de violência moral e 41 de tráfico de pessoas.

De acordo com os dados, 73,86% dos casos ocorrem no ambiente doméstico da vítima ou de seus familiares. Geograficamente, os estados com maior incidência de denúncias são São Paulo (22,26%), Rio de Janeiro (17,12%) e Minas Gerais (10,17%).

Para facilitar o acesso das vítimas aos canais de denúncia, o Ministério das Mulheres implementou o atendimento via WhatsApp pelo número (61) 9610-0180, mantendo o atendimento gratuito e anônimo pelo número 180, via telefone fixo ou celular.

O programa “Mulher Viver sem Violência” foi retomado este ano, anunciando a abertura de 40 novas Casas da Mulher Brasileira em parceria com o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). Atualmente, sete casas estão operando nos estados de Boa Vista, Fortaleza, São Luís, Campo Grande, Ceilândia/Brasília, São Paulo e Curitiba.

Para mulheres indígenas, foi estabelecida a Casa da Mulher Indígena por Bioma, em parceria com o Ministério dos Povos Indígenas (MPI), visando oferecer acolhimento e suporte especializado, abrangendo diferentes biomas do país.

Para fortalecer os Centros de Referência de Atendimento à Mulher (CRAMs), está previsto o repasse de cerca de R$1,5 milhão para a aquisição de equipamentos necessários.

A campanha dos “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres” teve início em 20 de novembro e seguirá até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos. Essa iniciativa, apoiada por diversos setores da sociedade civil e do poder público, busca conscientizar a população sobre as diversas formas de agressão direcionadas às mulheres.

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