Partidos alinhados ao bloco anti-esquerda se articulam para as eleições em São Luís
Confira como alguns pré-candidatos estão se organizando para essa batalha eleitoral.
A medida em que as eleições municipais de 2024 vão se aproximando, aumenta o ritmo frenético de pré-candidatos e partidos na organização rumo ao pleito. Muito se tem falado a respeito dos nomes que surgem dentro do campo da esquerda em São Luís. No entanto, a direita já se apresenta com o seu time sendo formado por nomes conhecidos e em ascensão na política local.
Mas quem seriam esses? O Imparcial apresenta alguns daqueles que já se colocaram como possíveis pré-candidatos à prefeitura de São Luís – incluindo aqueles que, mesmo em partidos ligados à esquerda, apresentam idéias de centro-direita ou direita. Importante frisar também que, segundo especialistas no campo político, os partidos considerados de direita são PL, União Brasil, PP, Republicanos, PSDB, PTB, Patriota, PSC, PSD e Novo. Algumas destas siglas, atualmente, compõem a base do Governo Lula (casos do PP e PSD).
EDUARDO BRAIDE
A lista começa com o atual prefeito. Filiado ao PSD, que está na base do Governo Lula, Eduardo Braide não é o que podemos chamar de simpatizante da esquerda. Quando esteve no mesmo campo de partidos como PT, PCdoB, PSB e PDT, por exemplo, Braide soube ser muito político, jogando conforme aquilo que podia oferecer, sem se comprometer demais. Defendeu – e ainda defende – propostas que, na sua visão pessoal, possam ser úteis à sociedade (no momento, pensadas mais para São Luís).
Braide já foi filiado ao PMN e Podemos, antes de ir para o PSD. Atuando como umas das lideranças de um governo de esquerda, Braide soube agir dentro da liturgia da função, sem rasgar amores pelo grupo em que estava. Por isso, muitos reconhecem que seu posicionamento político tende mais a centro-direita, não se comprometendo nem com lado A, nem com lado B, mas tendo uma postura voltada mais para o cumprimento de um mandato onde busca apoio na classe empresarial, detentora de capital para auxílio nas grandes pautas da cidade. Por diversas vezes, o atual prefeito sinalizou que tem confiança no grande e médio empresariado para tocar projetos de seu governo. E muitos dos nomes que estão no time de investidores não convergem com ideais esquerdistas.
WELLINGTON DO CURSO
O deputado estadual Wellington do Curso (PSC) sempre se apresentou como independente. Mesmo em períodos em que esteve no PSDB e PP, ele não aceitou ditarem as cartas nos seus mandatos – todos na Assembleia Legislativa. Tendo sido filiado, também, ao antigo PSL (que hoje integra o União Brasil), Wellington desenvolveu, ao longo do Governo Jair Bolsonaro (2019-2022) sua antipatia pela esquerda e sua aproximação com a direita.
Em busca de liberdade e independência política
Sempre que subia à tribuna, seus discursos eram de total agressividade ao então Governo Flávio Dino. Algo que só mudou após a saída do atual ministro da Justiça e Segurança Pública e a ascensão do atual governador, Carlos Brandão, com quem Wellington diz ter um bom relacionamento.
Ex-militar do Exército Brasileiro, o deputado estadual se alinhou politicamente com o bolsonarismo e ainda defende o ideal – mesmo que em menor escala que no passado. Wellington tem se posicionado, dentro do mandato, na luta de pautas que são típicas da direita brasileira: “defesa da família, do cristão, da vida”. Recente, o projeto que declara a “Marcha Para Jesus” como patrimônio cultural imaterial do Maranhão foi aprovado na Assembleia. Proposta do deputado Wellintgon. “Nosso mandato é para defender os interesses dos mais necessitados, dos que não tem voz”, já disse repetidas vezes o parlamentar, diretamente da tribuna.
DR. YGLÉSIO MOYSÉS
Em seu segundo mandato na Assembleia Legislativa, Dr. Yglésio Moysés é declaradamente de direita. Muito do que ele defende, converge com o que prega a ala política brasileira que tem, na figura do ex-presidente Jair Bolsonaro, a referência de ideais sociais. Dr. Yglésio é filiado ao PSB, um partido de esquerda, mas é como um estranho no ninho. Há alguns meses, luta pela desfiliação, que está sendo tratada na justiça. Sua postura criou uma situação de total divergência ideológica e política com alguns nomes, com grande destaque ao de Flávio Dino. Não raras são as colocações do deputado em relação ao ex-governador e atual ministro da Justiça e Segurança Pública. Yglésio já chegou a declarar que ele e Dino são inimigos públicos.
Dentro do mandato, Dr. Yglésio busca defender pautas ligadas à direita. “Liberdade de pensamento, formação educacional sólida, princípios de empreendedorismo, liberdade econômica, defesa da propriedade, defesa incontestável e irrefutável da vida desde a sua concepção – portanto, uma posição anti-aborto, contrária ao aborto -, em defesa de um sistema de saúde forte, em defesa de menos impostos, em defesa de liberdade política e liberdade religiosa e contra questões que a esquerda leva, que é o segregacionismo, identitarismo, vitimização e discurso pré-moldado, maquiado”, diz sobre sua pauta política.
DIOGO GUALHARDO
Este é o que podemos chamar de pré-candidato mais a direita possível. Defensor de um regime monarquista no Brasil, o advogado, historiador e empresário Diogo Gualhardo é filiado ao Novo, partido que surgiu há alguns poucos anos e tem, na sua base, pessoas com idéias bem diferentes do que é costumeiro na política brasileira. “O Partido Novo é uma espécie de PSOL da direita”, disse certa vez o filósofo e escritor Luiz Felipe Pondé. Essa afirmação se dá pelo fato das propostas apresentadas pelo partido serem bem distintas ao que se vê no geral. E, dentro dessa dinâmica, Gualhardo se encontrou. Para ser o pré-candidato do Novo, Diogo está tendo que superar algumas barreiras. O partido parece ser interessante – e muito – a alguns nomes que se colocam para participar do escrutínio: os deputados estaduais Wellington do Curso e Yglésio Moysés; o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim; o ex-secretário de Indústria e Comércio, Simplício Araújo; e a empresária Shirley Cunha.
EDIVALDO HOLANDA JR.
A incógnita do processo eleitoral é conhecida como Edivaldo Holanda Júnior. Sem partido, o ex-prefeito de São Luís tenta voltar ao comando da cidade, se insinuando aqui e ali para as correntes políticas. Edivaldo vem de uma trajetória política quase independente, sem demonstrar afeição por esta ou outra sigla. Prova disso é que, quando foi líder da juventude do PSDB, ele apoiou Jackson Lago (PDT) ao Governo do Estado e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência da República, mesmo o PSDB tendo candidato próprio ao Governo Federal.Tendo passagens por PTC, PDT e PSD (partidos de correntes bem distintas), Edivaldo tentou cair nos braços do PT, para ter uma base forte para a disputa eleitoral. Não deu certo.
Não só porque o PT está em uma federação junto com o PV e o PCdoB (e, como tal, precisa de um entendimento para ter um nome dos seus quadros como candidato), não só porque o PSB, aliado de primeira hora do PT, pediu o apoio da sigla ao nome que o partido propõe (Duarte Júnior). A não-filiação de Edivaldo ao PT se deu mais pela falta de identidade dele com a sigla e sua história. Edivaldo ainda estudou se filiar ao PV, pois, assim, estaria perto do PT. Também não deu certo.Caso queira realmente entrar na disputa, Edivaldo precisa procurar outro caminho.