Dados Preocupantes

No Brasil, 3 a cada 10 mulheres já sofreram violência doméstica

Dentre as mais de 25,6 milhões de vítimas espalhadas pelo Brasil, 22% declaram que algum desses episódios de violência ocorreram nos últimos 12 meses.

(Foto: Reprodução)

A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado divulgou nesta terça-feira (21), a 10ª edição da Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher, conduzida pelo Instituto DataSenado em colaboração com o Observatório da Mulher contra a Violência (OMV).

O estudo contou com a participação de mais de 21 mil mulheres brasileiras.

Segundo os dados levantados, revela-se que três em cada dez mulheres no Brasil foram vítimas de violência doméstica perpetrada por homens. Dentro do grupo de mais de 25,6 milhões de vítimas em todo o país, 22% relataram que esses episódios de violência ocorreram nos últimos 12 meses.

A maioria das vítimas experimenta sua primeira agressão ainda em idades jovens. As agressões a mulheres entre 19 e 24 anos atingem 22%. Na faixa etária de 15 a 18 anos, observa-se 17% dos casos, seguido por 16% entre 30 e 39 anos.

Dentre os vários tipos de violência doméstica, a violência psicológica é a mais comum, representando 89% das respostas da pesquisa. Em seguida, surge a violência moral, presente em 77% dos casos, e a violência física em 76%. A violência patrimonial afeta 34%, enquanto a violência sexual atinge 25%.

Do ponto de vista econômico, percebe-se que quanto menor a renda, maiores são as chances de uma mulher ter sofrido violência doméstica. Cerca de 35% das mulheres com renda familiar de até dois salários mínimos afirmam ter sofrido violência doméstica ou familiar por parte de homens ao longo da vida, seja ela física, psicológica, moral, financeira ou sexual.

À medida que a renda aumenta, os índices diminuem, registrando 28% entre mulheres com dois a seis salários mínimos e 20% entre aquelas com mais de seis salários.

Analisando a questão da renda de forma mais específica, a pesquisa indica que as mulheres mais pobres são as que mais sofrem violência física. Cerca de 79% das entrevistadas que ganham até dois salários mínimos na renda familiar relatam que a violência sofrida foi exclusivamente física.

Quanto à relação entre agressor e vítima, 52% das mulheres agredidas foram vítimas de violência praticada pelo marido ou companheiro, 15% por ex-marido, ex-namorado ou ex-companheiro, 7% pelo pai ou padrasto, 6% pelo namorado, 5% pelo irmão ou cunhado, 2% pelo tio ou primo, e 1% pelo filho ou enteado.

Apesar da delicadeza da situação, a maioria das vítimas conseguiu encerrar o relacionamento abusivo, sendo que 73% das mulheres não estão mais com o agressor dentre aquelas que estavam em um relacionamento de casamento.

Entre o total de mulheres brasileiras que sofreram violência doméstica, 27% solicitaram medida protetiva, e dentro desse grupo, 48% relataram descumprimento da ordem. Além das medidas de proteção, as mulheres estão buscando ajuda de outras formas. Após a última agressão, 60% das vítimas afirmaram buscar ajuda da família, seguido pela igreja com 45%. Por fim, a procura por delegacias comuns foi de 31%, e pela delegacia da mulher, 22%.

Os números reduzidos de denúncias nas delegacias comuns e nas delegacias especializadas para mulheres destacam um problema no enfrentamento à violência contra a mulher: a dificuldade de acesso a esses serviços nas cidades brasileiras. Entre as mulheres que residem em cidades com até 50 mil habitantes e foram vítimas de violência, apenas 14% fizeram denúncias em delegacias especializadas para mulheres, enquanto o percentual aumenta para 40% em delegacias comuns.

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