Ministra Anielle Franco diz que que os termos ‘denegrir’ e ‘buraco negro’ são racistas
Ministra defendeu o conceito de letramento racial como uma das formas de combater o racismo no país.
Na primeira entrevista do programa “Bom dia, ministro,” promovido pelo governo federal para marcar o início do mês da consciência negra, a Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, abordou o conceito de “letramento racial” e criticou a persistência de palavras e expressões de teor racista no cotidiano dos brasileiros, mesmo após 135 anos da abolição oficial da escravatura no Brasil.
Anielle destacou expressões como “denegrir” e “saímos desse buraco negro” como exemplos a serem evitados.
Ela enfatizou a importância de promover uma comunicação antirracista e explicou que o “letramento racial” abrange desde ações como a colaboração com a Secretaria de Comunicação (Secom) para novembro até a implementação da Lei 10.639, que institui o ensino da história e cultura afro-brasileira no currículo escolar.
Anielle ressaltou que a desconstrução do racismo envolve múltiplos setores, desde as escolas até o poder público em âmbitos municipal, estadual e federal. Ela expressou a esperança de que o “letramento racial” seja disseminado em todos os setores, tanto públicos quanto privados.
Durante a entrevista, a ministra também defendeu a necessidade de punir o crime de racismo e mencionou as ações que o governo federal planeja lançar no Dia da Consciência Negra, em 20 de novembro. Ela anunciou um segundo pacote de medidas voltado para a população negra, que incluirá a publicação de editais e a criação de programas destinados a este segmento.