DESENVOLVIMENTO FLORESTAL

Indígenas participam de oficina sobre desenvolvimento pela conservação das florestas

Evento é a segunda edição de uma rodada que discute a implementação do mecanismo no Maranhão

Indígenas Guajajara participaram da oficina temática - (foto: Fernando Ralfer)

Cerca de 100 indígenas Guajajara participaram de uma oficina sobre conservação, preservação e desenvolvimento sustentável das florestas. Denominado REDD+ (Redução de Emissões provenientes de Desmatamento e Degradação Florestal), o mecanismo inclui a conservação e aumento dos estoques de carbono florestal e o manejo sustentável das florestas. A oficina aconteceu entre os dias 9 e 12 de novembro na Aldeia Angico Torto, na Terra Indígena Araribóia, em Arame (MA).

Criado pela ONU, o REDD+ é um instrumento que recompensa financeiramente países em desenvolvimento pelos resultados decorrentes da recuperação e conservação das suas florestas. De acordo com o Governo Federal, o Brasil é pioneiro na implementação do mecanismo, captando recursos internacionais com base na redução do desmatamento, conduzindo o projeto Piloto Floresta+.

A oficina realizada no Maranhão foi promovida pela Coordenação das Organizações e Articulações dos Povos Indígenas do Maranhão (COAPIMA), Fundação Amazônia Sustentável (FAS), Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD Brasil) e Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) e tem a parceria da Articulação de Mulheres Indígenas do Maranhão (AMIMA) e da Coordenação da Comissão de Caciques e Lideranças da Terra Indígena Araribóia (CCOCALITIA).

Indígenas Guajajara participaram da oficina temática – (foto: Fernando Ralfer)

Segundo a coordenadora da COAPIMA, Marcilene Guajajara, a oficina é para que as lideranças e comunidade como um todo possam estar atentas a discussão.

“O assunto já está dentro dos nossos territórios, adentrando nossas aldeias. Nossa preocupação, enquanto Movimento Indígena no Maranhão, é trazer esse debate a respeito das políticas públicas que envolvem o REDD+, fornecendo informações qualificadas aos indígenas, que possuem participação importante dentro da implementação do mecanismo”, explica.

Essa é segunda edição da oficina. Em setembro deste ano, ela foi realizada na Aldeia Recanto dos Cocais, na TI Krikati.

“Considerando que a maior parte dos Territórios Indígenas estão conservados, o diálogo sobre REDD deve ser feito com a participação dos indígenas. Nós podemos sentir as consequências da crise climática no mundo, mas, antes que haja consulta em relação ao REDD, é necessário que os povos tenham conhecimento do que se trata”, explica o Articulador das Organizações Indígenas na FAS, Diego Arapyun.

Indígenas Guajajara participaram da oficina temática – (foto: Fernando Ralfer)

A representante das mulheres da TI Araribóia na CCOCALITIA, Luene Guajajara explica que além de tomar mais conhecimento sobre o REDD+, vai levar as informações para outras lideranças, que, por sua vez, levaram para suas comunidades nas regiões do território.

“Nossa TI é a segunda maior do Maranhão. É de extrema importância que os parentes tenham conhecimento da questão do REDD, mercado de carbono e tudo mais que envolve o assunto. Precisamos valorizar mais as nossas florestas, o desmatamento não pode fazer parte do nosso futuro. As mudanças climáticas estão afetando muito nosso povo, nossas crianças, nossos idosos, afetando nossa saúde em geral”, comenta.

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