Dados

Brasil registra 34 mil estupros no 1º semestre, um a cada oito minutos

Os dados foram divulgados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

(Foto: Reprodução)

No primeiro semestre deste ano no Brasil, ocorreram 34 mil casos de estupro e estupro de vulneráveis envolvendo meninas e mulheres, revelando um aumento de 14,9% em comparação ao mesmo período do ano anterior, conforme dados divulgados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

A cada 8 minutos, uma vítima foi agredida, representando o maior número desde o início da série em 2019.

O relatório também indica um aumento de 2,6% nos casos de feminicídios e homicídios femininos em relação ao primeiro semestre de 2022, totalizando 722 mulheres vítimas de feminicídio e mais 1.902 assassinadas com registro de homicídio.

O FBSP ressalta que esses números revelam uma falha persistente do estado brasileiro na proteção de meninas e mulheres, contrariando a tendência nacional de redução nos crimes contra a vida.

Isabela Sobral, supervisora do núcleo de dados do FBSP, destaca a importância da Lei Maria da Penha na prevenção do assassinato de mulheres, enfatizando a necessidade de fortalecer a rede de atendimento e capacitar as forças policiais para um adequado atendimento e proteção às vítimas.

A classificação dos feminicídios é destacada como uma questão sensível, dependendo da interpretação da autoridade policial, resultando em diferenças consideráveis entre os estados. Sobral destaca a necessidade de capacitar os policiais para identificar adequadamente casos de feminicídio entre os homicídios.

Devido à subnotificação, os números de estupro podem ser ainda maiores, sendo um crime frequentemente não registrado por medo, falta de compreensão da vítima ou por se tratar de crianças ou pessoas vulneráveis.

Um estudo recente do IPEA estima que apenas 8,5% dos estupros no Brasil são registrados pela polícia, indicando que cerca de 425 mil mulheres e meninas podem ter sido vítimas de violência sexual nos primeiros seis meses de 2023.

A maioria dos autores de estupro é conhecida das vítimas, e a maior parte das vítimas é considerada vulnerável, com 74,5% dos casos registrados como estupro de vulnerável, envolvendo meninas com menos de 14 anos ou pessoas incapazes de consentir.

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