50 anos do acidente que vitimou 23 pessoas no voo 109 em São Luís
O jornal O Imparcial fez uma ampla cobertura deste sinistro com riqueza de imagens
Há 50 anos, São Luís foi palco de um acidente aéreo de grandes proporções, quebrando a rotina da cidade, impactando o estado e repercutindo no mundo inteiro.
A aeronave Sud Aviation Caravelle SE 210, prefixo PP-PDX, pertencente à empresa Cruzeiro do Sul, que havia decolado do Aeroporto de Val de Cans, em Belém do Pará, realizando o voo 109. Às 6h30 do dia 1º de junho de 1973, cerca de 50 minutos depois, quando já estava chegando ao Aeroporto Internacional Marechal Hugo da Cunha Machado, em fase de aproximação para realizar uma escala na capital maranhense, onde deixaria cinco passageiros e apanharia mais 15.
O comandante Alexandre de Casrilevitz informou que executaria o pouso por instrumentos, mesmo com ótimas condições climáticas, vento de superfície calmo e total visibilidade. Na fase final, a 150 pés de altitude e já com o trem de pouso baixado, o avião subitamente inclinou-se e, após perder a sustentação, caiu a 760 metros da cabeceira 06 da pista principal de pouso do Aeroporto Cunha Machado, explodindo em seguida.
Todas as 23 pessoas que estavam a bordo do avião, sendo 16 passageiros e sete tripulantes, morreram.
Este acidente repercutiu em todo Brasil e no exterior, visto ter sido o primeiro acidente com o modelo Caravelli no Brasil e o segundo no mundo.
As investigações à época, desenvolvidas para apurar as causas do acidente, concluíram, que o motor número 1, não desenvolvia nenhuma potência quando a aeronave colidiu com o solo. Foram cinco explosões seguidas que destruíram toda aeronave e as vidas que ali estavam.
Logo todo aparato de segurança do aeroporto foi mobilizada para apagar as chamas, prevenindo que as chamas se alastrassem, evoluindo para uma tragédia muito maior através da vegetação, alcançando prédios do aeroporto e, ou, até mesmo moradias circunvizinhas.
Vítimas identificadas e investigações
Dominadas as chamas, a Aeronáutica, com apoio dos Corpo de Bombeiros, elementos do Sistema de Segurança Pública e funcionários do Aeroporto, iniciaram a operação de rescaldo na busca de algo que justificasse a causa do acidente, AQ Caixa Preta da aeronave foi localizada e recolhida pela FAB para proceder as perícias necessárias.
A Polícia Civil foi acionada para auxiliar nas investigações e coube aos legistas, Israel Perdigão e José Ribamar Carneiro Belfort, da Polícia Técnica, os procedimentos para a identificação dos cadáveres carbonizados, cabendo-lhes a expedição dos respectivos atestados de óbito.
AS VÍTIMAS
Laudelino Ribeiro, Giovanni Pedonni, Gonçalo Ferreira, Dr. Zahn, Dra. Zahn, Plínio Camargo, José Rodrigues de Melo, Normando Figueiredo, Benoni de Sá Roriz, Milton de Jesus Filho, J.R. Novahy, Ernesto de Andrade, Maurício Barros, Antonio Flávio Soares, Haroldo Clovis Leite, José Pereira Calado Primeiro, Alexandre Casrilevitz (comandante), Soter de Araújo França (copiloto), Sílvio Júlio Rocha dos Santos, Nilze de Jesus Bastos (aeromoça), Ricardo José Castelo Branco, Ana Maria Ojeda e Clodomir Rodrigues de Moraes
Dois aviões da empresa Cruzeiro do Sul, um da Vasp e um bimotor do Táxi Aéreo Certa, levaram os cadáveres para os estados da Guanabara; São Paulo; Brasília, Distrito Federal; Recife, Pernambuco; Fortaleza, Ceará; e Belém do Pará.
O passageiro Laudelino Ribeiro foi levado para a cidade de Cururupu, na Baixada maranhense, de onde era natural, para o sepultamento.
O jornal O Imparcial fez uma ampla cobertura deste sinistro com riqueza de imagens produzidas pelos repórteres fotográficos Raimundo Borges, Raimundo Filho e Dreyfus Azoubel.