No mês de outubro que marca o pico do verão, os ventos no litoral maranhense ficam mais fortes e tornam o mar mais revolto com ondas maiores e muito violentas, oferecendo altos riscos para os pescadores artesanais, que temendo pela sua segurança, abstem-se de suas atividades laborais em alto mar. A consequência disto, é que reduz a oferta de peixes de água salgada nas feiras e mercados e os preços se elevam, conforme a lei da oferta e da procura.

É o que já está acontecendo, conforme avaliação do revendedor Nodzu Lopes, que trabalha no Entreposto de Pescados, no Desterro. Ele disse que o estado do Maranhão não possui uma indústria de peixes, embora seja detentor do litoral mais piscoso do Nordeste, isto faz com que no período do verão com ventos fortes, os pescadores, evitem se aventurar pelo alto mar, diante dos riscos de sucubirem nas águas bravias. Dessa forma, os pescadores de outros estados nordestinos e da região Norte, no caso, do Pará, invadam a costa maranhense para a captura dos peixes que depois vem de caminhões frigoríficos abastecer o mercado das cidades maranhenses.

As costas mais piscosas do estado são as dos municípios de Turiaçu, Carutapera, Apicum-Açu, Cândido Mendes e Cururupu, mas que hoje não estão oferecendo o produto. Dessa forma, cerca de 90% do peixe vendido na capital maranhense é oriundo do Estado do Pará, cujos pescadores, por terem embarcações e apetrechos de pesca mais apropriados, fazem a captura nas áreas pertencentes a estes municípios maranhenses, notadamente de Carutapera e Apicun-Açu.

Peixe de água doce x de água salgada

Para o empresário Haroldo Fonsêca, que trabalha com a venda de peixes de água doce, mesmo com a redução na oferta dos pescados de alto mar, não se observa, maior procura pelo peixe de água doce, que continua sendo ofertado em larga escala no mercado local. 

Ele justifica, dizendo que embora a estiagem esteja impactando os recursos naturais como as águas dos rios e lagos, quase não se nota mudança, significativa, de conduta no comércio de peixe s de água doce, em função da oferta maior dos peixes de cativeiro, que supre o mercado equilibrando a lei da oferta e da procura do produto.

Para Otávio Silva, aposentado, até mesmo o peixe de água salgada não atingiu ainda altos preços, visto que embora oferta esteja reduzida, a procura também esta, visto que o consumidor está buscando outras alternativas, como as carnes bovinas e suínas, que tiveram seus preços reduzidos nas feiras, mercados e também nos supermercados.

A dona de casa Maria José Sousa, assim como ela, as donas de casa, sempre encontram um jeitinho para consumir menos peixes, apelando para os mariscos, como sururu e caranguejo, e o coringa ovo de galinha, que está sendo ofertado a dezessete reais a cartela com trinta unidades o caranguejo, que está sendo ofertado a dez reais a cambada com três ou quatro unidades a cambada. 

Dona Zezé disse que o caranguejo acompanhado com arroz de toucinho se torna uma das iguarias da culinária muito preferida pelas famílias maranhenses. O vendedor de caranguejos que preferiu ser identificado apenas como Wagner, disse que está havendo muita oferta do crustáceo, mas que a procura é pequena, por motivos que desconhece, visto que acha o preço da cambada muito barato, e que este preço atual, talvez venha a ser majorado em janeiro que é a época do defeso, quando os órgãos ambientais proíbem a captura por ser o período da reprodução.

Preços dos pescados

Mercado da Liberdade

• Pescada amarela R$ 45,00
• Uritinga R$ 22,00
• Pescadinha R$ 22,00
• Serra R$ 23,00
• Corvina R$ 28,00
• Pedra R$ 27,00
• Tilápia R$ 22,00
• Curimatá R$ 23,00
• Piau R$ 20,00

Supermercado Mateus

• Tainha R$ 19,49
• Pescada amarela R$ 42,90
• Palombeta R$ 8,49
• Cangatan R$ 15,90
• Corvina R$ 29,90
• Arraia R$ 9,90
• Guaravira R$ 11,99
• Uritinga R$ 14,90
• Pedra R$ 19,99
• Pescada branca R$ 29,99
• Pescadinha R$ 14,90
• Serrra R$ 25,90
• Panga R$ 16,89
• Piau R$ 29,99
• Tambaqui R$ 14,99

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