“Ei, me manda um PIX!”

PIX faz três anos com evolução no mercado financeiro

O PIX é a forma de pagamento mais utilizada no Brasil, de acordo com o Banco Central.

Pix é o pagamento instantâneo brasileiro. (Foto: Reprodução)

Me manda um PIX. Faz um PIX. Qual tua chave PIX? Quer pagar com PIX? Aceita PIX? Nos últimos três anos essas frases tem sido das mais comuns quando se trata de transação financeira, desde pagamento, recebimento ou transferência.

O PIX está prestes a completar três anos de lançamento. No início com resistência e desconfiança, hoje em dia é a forma de pagamento mais utilizada no país, de acordo com o Banco Central.

Seja para pessoa física ou jurídica, o uso dessa ferramenta parece não ter mais volta. A sigla PIX são as iniciais de Pagamento Instantâneo mais o x, que tem um significado matemático: representa qualquer número.

Permite transferir dinheiro de uma conta para outra em poucos segundos, 24 horas por dia e sete dias por semana, incluindo feriados. É uma alternativa ao DOC, TED e aos boletos bancários.

Além de transferência de dinheiro entre pessoas e empresas, o PIX pode ser usado para pagar produtos e serviços em lojas e restaurantes. Também serve para quitar contas de água e luz, além de recolher impostos.

Essa ferramenta facilitou a vida das pessoas? Com quem nós conversamos, facilitou sim. A empreendedora Haissa Monique Santos Costa, tem uma loja de doces e bolos há 6 anos afirma que houve um fluxo muito grande de pagamentos com essa forma de transação, pela vantagem de não ter taxa, o que ocorre com algumas operadoras de cartão de crédito ou débito, ou ainda as tarifas bancárias que são aplicadas nas transferências.

“Quando a gente utiliza muito as transferências acaba gerando tarifa bancária, então o fato de não precisarmos pagar taxa acho que facilitou a vida de todo mundo. A maioria dos meus clientes efetua pagamento com PIX. Disponibilizo outras formas de pagamento, mas 99% é via PIX, creio mesmo que pela facilidade do pagamento online, instantâneo”, disse a empreendedora.

Também a representante de uma marca de perfumes afirma ter a maioria dos seus recebimentos via PIX.

“A minha venda é online, então, embora eu tenha outras formas de pagamento, como crédito, débito e transferência, as pessoas preferem o PIX. E eu ainda dou algum desconto quando o pagamento é em PIX, dependendo do preço da mercadoria. Acho que facilitou para todo mundo”, disse Rafaela Costa.

Mais formas de pagamento bancário

O economista João Carlos S. Marques, Mestre em desenvolvimento socioeconômico (UFMA) e Conselheiro Regional de Economia do Maranhão explicou que além de reduzir os custos transacionais, antes existentes nos TED e DOC, que limitavam transações para produtos muito baratos, o PIX veio num momento em que as contas bancárias sem anuidade estão em vigência e são a tendência, ou seja, ficaram mais acessíveis para todos.

“Graças a isso o PIX possibilitou que muitas pessoas tivessem mais formas de pagamento, com baixos ou nenhum custo e ajudou a economia a girar mais rápido em várias esferas que ficavam muito afastadas do sistema bancário devido aos custos e dificuldades transacionais”, disse.

Alguma das vantagens elencadas por ele foi que o PIX também trouxe maior acessibilidade digital, reduzindo a dependência do dinheiro físico. “Além disso, ampliou a concorrência entre o sistema bancário exigindo menores taxas e melhores serviços, deu maior segurança às transações financeiras e ao acompanhamento de fraudes fiscais e reduziu o número de intermediários entre as transações”, afirmou o economista.

O que mudou com essa forma de transação

Para o presidente da Fecomércio-MA, Maurício Aragão Feijó, a economia sofreu uma revolução com a adoção do PIX como sistema de pagamento, contribuindo para o aumento das transações digitais e inclusão financeira no Brasil e no Maranhão.

“A principal melhoria que o PIX trouxe foi a inclusão e bancarização da população de menor renda, com destaque para os 71 milhões de brasileiros sem acesso a transações financeiras digitais e que agora utilizam o PIX”.

O economista João Carlos Marques reforça que as transações ficaram rápidas e comércios e serviços ficaram mais acessíveis para quase todo tipo de público.

“É interessante lembrar da dificuldade de se viajar para alguns municípios do interior do Maranhão, no qual se contava com poucas ou nenhuma agência bancária, então o saque local de recursos era difícil. O uso do cartão de crédito implicava em custos para o vendedor, então a maioria dos comércios locais que possuem um público de baixa renda não podia repassar preços, o que fazia com que na maior parte dos lugares se recusasse o cartão de crédito. Isso obrigava quem viajava, seja para visitar um familiar ou a turismo a levar recursos em espécie para garantir o consumo, passeios e até mesmo hospedagens nos locais. Com o PIX e o acesso facilitado e difundido da internet, ficou muito mais fácil, praticamente em todo lugar se consegue fazer uma transação via PIX.  Tudo ficou mais prático para todos”, disse.

Preferência pelo PIX no comércio local

De acordo com as pesquisas de Intenção de Consumo das Famílias no Maranhão, realizadas pela Fecomércio-MA, a preferência pelo PIX é bem equilibrada entre homens e mulheres. Há uma adesão maior pelo público mais jovem e que tem maior integração tecnológica.

“De fato, desde sua adoção, o PIX tem sido uma modalidade de pagamento fácil e descomplicada, facilitando tanto para os consumidores quanto para os vendedores no ato da compra. Além disso, as últimas pesquisas realizadas em datas comemorativas pela Federação do Comércio, demonstram que o PIX tem se consolidado como uma forma de pagamento relevante devido à segurança nas operações financeiras, além de evitar que os consumidores tenham que andar com dinheiro físico para fazer as suas compras”, destacou Maurício Feijó.

Conforme a pesquisa de consumo para o último Dia dos Pais, realizada pela Fecomércio-MA, 46,7% dos consumidores apontaram que pagariam suas compras por meio do PIX. No mesmo período do ano passado, apenas 21,1% declararam que fariam uso deste meio de pagamento.

“A forte popularização do PIX induziu as lojas e demais estabelecimentos a disponibilizarem esse meio de pagamento, favorecido também pela melhora tecnológica das máquinas de cartão, que passaram a dispor da opção de pagamento via PIX”, disse Feijó.

Lançado em pleno período da pandemia, o PIX, após quase três anos, mostra o reflexo dessa forma de transação na economia do estado.

Segundo Maurício Feijó, a facilidade do sistema de pagamento estimula o consumo e o comércio on-line, reduz a circulação de dinheiro físico e traz inclusão financeira, ampliando o acesso aos serviços financeiros, especialmente para pessoas que não têm contas bancárias ou acesso a meios de pagamento tradicionais.

“O PIX tem se consolidado como uma forma de pagamento relevante por se tratar de um meio de pagamento rápido e pouco oneroso para os vendedores, que citam o custo das máquinas de cartão como algo que desestimula os compradores. É possível que cada vez mais esta preferência aumente e possa substituir outros meios de pagamento à vista, como o pagamento em dinheiro”, ressaltou Feijó.

Os próximos passos do PIX, pensados pelo Banco Central, incluem usá-lo para qualquer situação de pagamento ou transferência; implementar o PIX automático para pagamentos que dependem de autorização prévia do usuário, previsto para entrar em operação em abril de 2024; e desenvolver o PIX internacional, que pretende criar uma plataforma que integra o sistema instantâneo de vários países, permitindo operações de câmbio, liquidação ou interações bilaterais. 

A facilidade que atrai o golpe

Como nem tudo são flores, pessoas maliciosas tem se aproveitado da ferramenta para aplicar golpes. E são os mais variados. Desde a falsa transferência (programar PIX, até então não disponível), até um dos golpes do PIX mais conhecidos, o Robô do PIX, que promete fazer comentários automáticos em sorteios nas redes sociais, aumentando as chances do usuário ganhar.

Para ter acesso à ferramenta, é necessário pagar valores via PIX. Para evitar golpes como esse, é necessário desconfiar de promessas de alta rentabilidade, conferir informações em sites de confiança e não cadastrar dados pessoais em sites suspeitos. E, claro, não realizar transferências via PIX caso desconfiar de golpe. Após a confirmação do pagamento, será mais difícil reaver o dinheiro, pois os golpistas conseguem retirar os valores da conta quase imediatamente.

Dicas para usar o PIX com segurança e evitar golpes

  • Verificar os limites de movimentação: mantenha-os baixos e, quando precisar fazer um pagamento maior, é só mudar. Você pode consultar isso no nosso app em “Meus limites PIX”;
  • Ativar aplicativos de bloqueio e formatação do celular: dessa forma, sempre que for detectado um número de tentativas erradas de login, seu celular será bloqueado;
  • Criar boas senhas e protegê-las: nunca use a mesma senha do banco em outros aplicativos e não a anote em blocos de notas, e-mails e mensagens.

Benefícios do PIX

  • Rapidez: é possível usar a lista de contatos do celular ou QR code para realizar pagamentos;
  • Praticidade: só é necessário o uso do celular para concluir as operações;
  • Segurança: as transações são realizadas no app ou internet banking do banco..

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