BASTIDORES

Partidos derretidos no Maranhão

Os partidos que mandaram por décadas na política local, estadual e nacional derreteram-se

(imagem/ montagem: ilustração)

As eleições municipais no Maranhão em 2024 estão cheias de ingredientes indigestos, pouco percebidos principalmente pelo eleitorado mais jovem ou desatento. Os partidos que mandaram por décadas na política local, estadual e nacional derreteram-se. O MDB é mais atingido por essa hecatombe no Maranhão, coincidentemente, o estado em que a família Sarney o elevou ao mais alto grau de poder político nacional e agora se desmancha. Até o diretório regional do MDB foi passado ao empresário Marcus Brandão, irmão do governador Carlos Brandão, pela deputada Roseana Sarney – única da bancada federal do Estado – eleita com menos votos que o ‘comunista’ Márcio Jerry, do PcdoB.

Assim como o MDB sarneísta, o PT Lulista e o PDT rochista, de Weverton Rocha – tudo indica – não terão candidatos disputando a prefeitura de São Luís em 2024. Embora o Maranhão tenha dado a segunda maior votação para o retorno de Luiz Inácio Lula da Silva ao poder em 2022, mas o PT acabou num fracasso constrangedor na eleição parlamentar. Manteve o deputado Rubens Júnior na Câmara, mas não reelegeu José Carlos da Caixa e fez o estadual José Inácio virar suplente na Assembleia Legislativa, hoje substituindo o colega do PCdoB, Othelino Neto, secretário do governo estadual em Brasília.

Já o PDT do senador Weverton, que mandou em São Luís por 20 anos, e com o maior número de prefeitos no Maranhão, eleitos em 2020 (42), só emplacou na Câmara Federal, o ruralista Márcio Onaiser, assim mesmo no rabo da fila, com 70 mil votos. Já o PL fez o contrário. Pelas mãos de Josimar do Maranhãozinho eleger quatro deputados federais, a partir de sua mulher Detinha, a mais votada com 161 mil e ele próprio como o 3º no ranking maranhense. O descompasso entre uma eleição e outra é espantoso entre os partidos no Maranhão. O PT, MDB, PSDB, PL, PDT não têm nenhum nome forte para concorrer à sucessão do prefeito Eduardo Braide.

Dessa forma, usando como referência as pesquisas eleitorais recentes, os nomes que estão na liderança são, pela ordem: Eduardo Braide, o socialista do PSB Duarte Jr; e Edivaldo Holanda Júnior, que acaba de pedir filiação no PV. Os demais partidos apenas olham de longe o Palácio La Ravardière, separado por apenas um muro do Palácio dos Leões, local de despacho do governador Carlos Brandão. Como se pode perceber, os vizinhos dos dois monumentos histórico de São Luís serão em 2024, queiram ou não, também, os protagonistas da eleição da capital maranhense – juntos ou em flancos opostos.

Até o momento, Carlos  Brandão tem mantido suspense sobre sua posição na eleição da capital e das demais cidades. É sinal de que ganha tempo para fugir das pressões e só deve anunciar os apoios a partir de janeiro. Sabe Brandão que sua administração terá peso significativo nas disputas municipais, porém, os resultados mais palpáveis só serão conhecidos quando o governo ultrapassar a barreira dos primeiros 335 dias. Assim também pode se avaliar a postura do ministro da Justiça Flávio Dino, hoje na expectativa como favorito, a ser indicado para o Supremo Tribunal Federal, caminho sem volta para ele abandonar a política.

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