Nova espécie de mosca descoberta por pesquisador maranhense recebe nome em homenagem à Fapema
A descoberta da ‘neorhinotora fapema’, como foi nomeada, foi divulgada na revista científica on-line Zootaxa, periódico internacional com editoria na Nova Zelândia.
Uma nova espécie de mosca foi descoberta em área periurbana do município de Caxias pelo pesquisador da Universidade Estadual do Maranhão (Uema) e do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Francisco Limeira.
A descoberta representa mais um avanço na pesquisa científica apoiada pelo Governo do Estado. O animal recebeu o nome da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Tecnológico do Maranhão (Fapema), em reconhecimento a importância do órgão no fomento à pesquisa científica no Estado.
A descoberta da ‘neorhinotora fapema’, como foi nomeada, foi divulgada na revista científica on-line Zootaxa, periódico internacional com editoria na Nova Zelândia, tendo como coeditores pesquisadores da América do Norte, América do Sul, Europa, Oceania, Ásia e África. A revista é considerada um dos principais periódicos para taxonomistas na área de zoologia.
“Fizemos essa homenagem à Fapema por ser a nossa maior fomentadora e apoiadora das nossas pesquisas, não apenas de nossos projetos, mas da pesquisa de maneira geral para o nosso estado”, pontuou Limeira, licenciado em Ciências pela Uema, doutor em Ciências Biológicas (Entomologia) pelo Inpa e curador da Coleção Zoológica do Maranhão, o maior centro de documentação da biodiversidade do Nordeste.
“É uma honra para o Governo do Maranhão esse reconhecimento do fomento à pesquisa por meio da Fapema, e que ficará registrado nos anais científicos para a posteridade”, destacou o presidente da Fundação, Nordman Wall.
“Isso no motiva a fortalecermos ainda mais o apoio do Governo às ações científicas no Maranhão”, complementou o presidente.
A representação para a ciência, segundo Francisco Limeira, é inestimável. “Vivemos uma crise acelerada da biodiversidade, onde organismos são extintos até mesmo sem serem conhecidos pela ciência e, portanto, os ganhos são inúmeros, não apenas para a ciência, mas para toda a comunidade”, prosseguiu.
“Vale ressaltar também, que essa pesquisa tem o apoio de dois grandes projetos que são fomentados pela Fapema: o Programa de Pesquisa Ecológica de Longa Duração e o Programa de Capacitação em Taxonomia”, concluiu Francisco Limeira.
Sobre a pesquisa
As principais características da nova espécie são o clípeo (parte da cabeça) predominantemente pubescente (com pelos), brilhante apenas na extremidade anterior; palpo (apêndice sensorial) amarelo claro; fêmur anterior dilatado, cerca de 1,5x mais aumentado que a tíbia e cerco (apêndice abdominal) com cerdas fortes.
A pesquisa foi realizada em diversos ecossistemas do Maranhão e do Piauí, mas o achado da espécie foi na reserva ecológica do Inhamum, em Caxias, em novembro de 2019. O estudo contou com o financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema), e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), por meio do projeto Rede Bionorte e do Programa de Pesquisa em Biodiversidade (PPBio – Rede Cerrado).
Parceria entre Uema e Inpa
A parceria entre a Uema e o Inpa se iniciou em 1996, quando Francisco Limeira de Oliveira foi cursar mestrado e doutorado no Inpa. Ao retornar para Caxias, iniciou a montagem da Coleção Zoológica do Maranhão (CZMA), que vem se destacando nacional e internacionalmente pelo valioso acervo.
Com a experiência da fauna da Amazônia adquirida no Inpa, começou a atuar na fauna maranhense, principalmente a do Cerrado e ampliou seus estudos para a fauna da Caatinga. Isso também instigou o pesquisador do Inpa, José Albertino Rafael, para conhecer a fauna maranhense. A partir daí, houve uma maior aproximação entre as duas instituições para que os insetos coletados em biomas diferentes fossem estudados e a parceria já dura mais de 27 anos.
Coleção Zoológica do Maranhão
Criada em 1997, a CZMA tem como objetivo coletar informações sobre a biodiversidade do Nordeste brasileiro, em especial, na região Meio Norte (Maranhão e Piauí), que é pouco explorada sob o ponto de vista da biodiversidade.
Além de destinar-se ao depósito de exemplares coletados nos diversos ecossistemas dos estados do Maranhão e Piauí, também funciona como acervo biológico de referência para comprovação das pesquisas realizadas, consultas especializadas e didáticas.
De acordo com Francisco Limeira, a coleção biológica tem o mesmo papel de uma biblioteca, ou seja, de assegurar para a posteridade o testemunho daquilo que foi descrito ou escrito no passado e no presente, servindo de guardiã da história da biodiversidade e da evolução do pensamento humano
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