“Na luta por dignidade” será tema de campanha de valorização
Em abril de 2022, o Maranhão foi registrado como o estado com maior taxa de trabalho infantil doméstico do Nordeste
(foto: reprodução)
O Sindicato das Trabalhadoras Domésticas do Maranhão (Sindoméstico-MA) lança, nesta terça-feira (31), a campanha “Na luta por dignidade”. O evento está marcado para o Centro de Referência da Mulher Negra, na Rua dos Craveiros, em São Luís.
A proposta da campanha é ampliar a conscientização das trabalhadoras domésticas sobre seus direitos, como mulher, como trabalhadora, das questões relativas aos direitos trabalhistas, das legislações vigentes, do desmonte das políticas públicas, da organização da categoria, dos órgãos de proteção trabalhista, dos tipos de violência contra a mulher e de como funciona a Lei Maria da Penha, bem como um regaste histórico sobre o trabalho doméstico, a participação das mulheres negras, escravidão e racismo.
O Sindoméstico-MA recebe, em média, 200 mulheres por mês. Em levantamento realizado em 2022, se constatou que a maioria da categoria, quase 100%, é composta de mulheres e mais de 90% são negras. Das 866 pessoas entrevistadas, 482 disseram que não têm carteira assinada e 150 afirmaram receber menos de um salário-mínimo.
O Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Domésticas do Maranhão – Sindoméstico-MA – foi criado em 1989. Desde o início, tem como objetivo organizar a categoria, informar sobre os direitos, conscientizar a sociedade sobre o valor do trabalho doméstico.
Números lastimáveis
Em abril de 2022, o Maranhão foi registrado como o estado com maior taxa de trabalho infantil doméstico do Nordeste, de acordo com dados do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil. O trabalho infantil doméstico ele atinge, principalmente, meninas pobres e de cor negra – mais de 90% dos casos são no gênero feminino.
Os números mostram, ainda, que meninas pobres, em sua maioria da cor negra, são aliciadas para o trabalho infantil doméstico, sob pretexto de receber uma oportunidade de estudo, normalmente na capital ou em uma cidade maior. Elas são trazidas do interior do Estado, de comunidades muito pobres, às vezes isoladas, e acabam submetidas a condições inadequadas de trabalho.
