Morte de líder quilombola ganha repercussão no MA
Caso foi abordado em sessão na Assembleia Legislativa e em nota emitida pela CNBB

José Alberto Moreno Mendes, de 47 anos, foi morto a tiros - (foto: reprodução)
A morte do líder quilombola José Alberto Moreno, assassinado a tiros na última sexta-feira (27), em Itapecuru-Mirim (108km da capital São Luís), ganhou eco no início desta semana. Autoridades diversas se manifestaram sobre o assunto.
Na Assembleia Legislativa, os deputados Carlos Lula (PSB), Júlio Mendonça (PCdoB) e Rodrigo Lago (PCdoB) falaram sobre o assunto. Carlos Lula lembrou que esta foi a décima morte de quilombola nos últimos anos no Maranhão.
“A violência no campo tem aumentado nos últimos anos no estado. A gente não pode permitir isso”, disse Lula.
O deputado Júlio Mendonça disse que as investigações precisam ser feitas, pois são muitos casos de mortes de quilombolas registrados nos últimos anos.
“Não foi o primeiro, não foi o segundo, não foi o terceiro. Já são mais de dez. Por isso, é preciso fazer a investigação e saber quem são os responsáveis. Esta Casa não vai admitir crimes sem investigação”, discursou Mendonça.
A presidência do Regional Nordeste 5 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (NE-V da CNBB) emitiu nota no domingo (29), como forma de denúncia contra a escalada de violência contra as comunidades quilombolas do Maranhão. A nota relata o caso do líder quilombola José Alberto Moreno, décimo quilombola assassinado no Maranhão entre os anos de 2020 a 2023.
Confira a nota na íntegra:
NOTA A FAVOR DA VIDA E CONTRA OS ASSASSINATOS NO CAMPO
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, Regional Nordeste 5 da CNBB, vem a público de forma veemente denunciar a escalada de violência perpetrada contra o povo Quilombola do Maranhão. Repudiamos ao assassinato do quilombola José Alberto Moreno Meneses, o Doka, ocorrido na tarde desta sexta-feira, dia 27 de outubro de 2023, na comunidade quilombola Jaibara dos Rodrigues, no território Monge Belo, município de Itapecuru-Mirim.
Estarrecidos por esses bárbaros crimes, pedimos às autoridades do Estado do Maranhão que FAÇAM JUSTIÇA. Que os órgãos se apressem em resolver as questões agrárias e não deixem que a violência continue matando lideranças e causando tanto sofrimento às comunidades quilombolas no Maranhão.
São Luís, 29 de outubro de 2023.
Dom Gilberto Pastana de Oliveira
Arcebispo de São Luís do Maranhão e Presidente do Regional NE5 da CNBBDom Sebastião Lima Duarte
Bispo Diocesano de Caxias – MA e Vice Presidente do Regional NE5 da CNBBDom Francisco Lima Soares
Bispo Diocesano de Carolina – MA e Secretário do Regional NE5 da CNBB