Conflito

Entenda quem são os envolvidos na guerra entre Israel e Hamas

A tensão se estende há mais de 70 anos e engloba questões geopolíticas, territoriais e religiosas.

As raízes desse conflito remontam à década de 1940, após a Segunda Guerra Mundial, quando o aumento do fluxo de imigrantes judeus. (Foto: Reprodução)

O recente ataque perpetrado pelo grupo palestino Hamas contra Israel no último sábado (7), desencadeou mais um episódio de um conflito de longa data. O Primeiro-Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prontamente declarou uma resposta militar, mobilizando as forças armadas do país em reação.

A tensão persistente entre Israel e Palestina, que se arrasta por mais de sete décadas, envolve complexas questões geopolíticas, territoriais e religiosas, uma vez que a região tem importância fundamental para o judaísmo, o islamismo e o cristianismo.

As raízes desse conflito remontam à década de 1940, após a Segunda Guerra Mundial, quando o aumento do fluxo de imigrantes judeus alterou significativamente a demografia da região, provocando confrontos entre a nova população e os árabes palestinos.

Após o término do mandato britânico sobre a Palestina, a Organização das Nações Unidas (ONU) buscou uma solução. Em 1947, uma proposta visando a criação de dois estados foi apresentada, mas foi rejeitada pelos árabes, que argumentaram que ficariam com territórios menos ricos em recursos naturais. Mesmo assim, os judeus celebraram a criação do Estado de Israel em 1948.

Ao longo do tempo, Israel expandiu suas fronteiras em meio a conflitos violentos. Enquanto isso, os palestinos na região estão divididos entre dois territórios sem ligação terrestre: a Faixa de Gaza e a Cisjordânia.

Foi na Guerra dos Seis Dias, ocorrida entre 5 e 10 de junho de 1967, que Israel anexou diversos territórios, ampliando seu tamanho original e aprofundando as complexidades do conflito.

Os envolvidos no conflito

  • Israel

O Estado de Israel foi estabelecido em 14 de maio de 1948 e enfrentou invasões por nações árabes vizinhas no dia seguinte, em apoio aos árabes palestinos. Desde então, Israel tem participado em diversos conflitos armados, resultando na ocupação de territórios e na expansão de suas fronteiras.

Israel compartilha fronteiras com o Líbano ao norte, Síria a nordeste, Jordânia e Cisjordânia a leste, Egito ao sudoeste e o Golfo de Aqaba, no Mar Vermelho, ao sul. A cidade de Jerusalém desempenha um papel central nas principais religiões, incluindo o judaísmo, cristianismo e islamismo, abrigando locais sagrados como o Domo da Rocha, o Muro das Lamentações, a Mesquita de Al-Aqsa e a Igreja do Santo Sepulcro.

Tel Aviv é o centro financeiro de Israel, conhecido por suas praias e arquitetura. Benjamin Netanyahu, líder do partido Likud, ocupa o cargo de primeiro-ministro de Israel desde 2022, marcando sua terceira passagem no governo, o que o torna o líder político que mais tempo esteve à frente do país na história israelense.

  • Palestina

A Palestina reivindica a soberania sobre a Cisjordânia, Faixa de Gaza e considera Jerusalém como sua capital, com sua sede administrativa localizada em Ramallah, na Cisjordânia. No entanto, a maioria dessas áreas reivindicadas pelos palestinos está sob ocupação israelense desde a Guerra dos Seis Dias em 1967.

Embora mais de cem países, incluindo o Brasil e a ONU, tenham oficialmente reconhecido a declaração de independência da Palestina em 1988, potências europeias e os Estados Unidos não concedem à Palestina a plena qualificação de Estado.

  • OLP

A Organização para a Libertação da Palestina é uma entidade multipartidária e originalmente paramilitar. Criada pela Liga Árabe em outubro de 1964, a OLP foi estabelecida como a representante legítima do povo palestino e tinha como objetivo original a libertação da Palestina por meio de ações armadas. Inicialmente, a OLP foi rotulada como organização terrorista por diversos países ocidentais, incluindo os Estados Unidos.

No entanto, em 1988, a OLP oficialmente endossou uma solução que refletia a proposta da ONU de 1947, apoiando a coexistência de dois Estados, Israel e Palestina. Em 1993, Yasser Arafat, então presidente da OLP, reconheceu oficialmente o Estado de Israel em uma carta ao primeiro-ministro israelense Yitzhak Rabin.

Como resposta, Israel reconheceu a OLP como a representante legítima do povo palestino. Yasser Arafat liderou o Comitê Executivo da OLP de 1969 até sua morte em 2004.

  • ANP

Em 1993, o Acordo de Oslo foi assinado entre Israel e a OLP, estabelecendo a Autoridade Nacional Palestina (ANP) como um governo autônomo provisório para administrar os territórios palestinos enquanto as negociações se desenrolavam para resolver questões cruciais do conflito.

Atualmente, a Cisjordânia é dividida em três áreas: A, sob controle civil e de segurança da ANP, B, com controle militar israelense e controle civil da ANP, e C, que inclui assentamentos israelenses.

O presidente da Autoridade Nacional Palestina é Mahmoud Abbas.

  • Fatah

O Fatah é a principal facção política dentro da OLP e se apresenta como um grupo nacionalista e secular. Fundado em 1959, teve Yasser Arafat como um de seus fundadores e é considerado mais moderado do que o grupo rival Hamas. O Fatah tem maior presença na Cisjordânia.

  • Hamas

O Hamas, que significa “Movimento de Resistência Islâmica” em árabe, é um movimento palestino composto por uma ala filantrópica, uma ala política e uma ala armada. Fundado em 1987, é considerado uma organização terrorista por vários países, incluindo os Estados Unidos, União Europeia, Japão, Israel e Canadá. Entretanto, a denominação é contestada por outros, incluindo a ONU e alguns países, como o Brasil.

Em 2006, o Hamas venceu as eleições legislativas na Autoridade Nacional Palestina (ANP), ganhando o direito de formar um novo governo. Isso levou a conflitos com o Fatah, resultando na expulsão deste último da Faixa de Gaza. O Fatah recusou o governo de unidade e manteve o controle da ANP, que passou a administrar as áreas da Cisjordânia.

O Hamas não reconhece o Estado de Israel e busca a independência de um Estado Palestino.

  • Hezbollah

O Hezbollah, aliado do Hamas, surgiu durante a Guerra Civil do Líbano, que ocorreu entre 1980 e 1990. É uma organização política e paramilitar vista como um movimento de resistência legítimo no mundo islâmico, mas rotulada como organização terrorista por vários países ocidentais.

Ganhou reconhecimento no mundo muçulmano xiita ao forçar a retirada das tropas israelenses do sul do Líbano em maio de 2000. O Hezbollah tem se destacado na resistência contra a presença israelense no Oriente Médio, usando táticas de guerrilha.

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