12 de outubro: Solenidade de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil. Dia de festa em todo o país para a Santa, Mãe de Jesus, onde ela aparece, recebe um título que está por trás de sua aparição. É Aparecida porque apareceu nas águas do rio Paraíba, para três pescadores, em 1717, em um momento de angústia e aflição.

No Maranhão, devotos e fiéis se preparam para participar da solenidade em homenagem a Santa, em várias paróquias, igrejas, capelas e comunidades, com missas e procissões. Em São Luís, as comunidades 7 de Setembro (Paróquia Santa Paulina), Fé em Deus, Retiro Natal, e ainda as paróquias Nossa Senhora Aparecida Foz do Rio Anil (Cohafuma) e Nossa Senhora Aparecida – Vila São Luís, estão, desde o início do mês realizando novenas e tríduos, com ápice no dia da Santa.

Na Paróquia do Cohafuma, a programação começa às 7h, com Missa Solene. Haverá missas também às 9h e 12h. Na missa das 9h, a solenidade é em homenagem ao 24º aniversário de Dedicação da Igreja a Nossa Senhora Aparecida.

A procissão será às 16h30, e em seguida, a missa de encerramento, celebrada por Dom Gilberto Pastana, às 18h30. Com o tema, “Mãe Aparecida, Sacrário Vivo de Deus”, o pároco Padre Trindade, explicou o significado do lema do festejo: “Ora, se a Igreja recomenda que se deve tratar com toda dignidade o Sacrário, em que se guarda o Jesus Eucarístico; com mais importância há de se devotar a Maria, que, sendo o Sacrário de onde proveio o Jesus Cristo, em seu sagrado Ventre, inundada pelo Espírito Santo, pois ela guardou e protegeu o próprio Deus que veio a esse mundo como homem”.

Programação com procissão, missa e largo

A Capela Nossa Senhora Aparecida, na Vila 7 de Setembro (Paróquia Santa Paulina), encerra o festejo com procissão saindo da praça perto da Capela, às 17h. Em seguida, tem missa e largo.

Na Capela Aparecida Retiro Natal, o tema deste ano é “Mãe Aparecida, nos ajude a saciar os famintos”. A programação começa às 6h, e a procissão é às 17h. “A festa da Mãe Aparecida representa não só uma devoção religiosa, mas um símbolo de fé, proteção, e também um momento especial de encontro e comunhão entre os fiéis das mais diferentes gerações, para expressar sua gratidão e renovar sua fé na padroeira do Brasil”, disse Nilce Cordeiro, da comunidade do Retiro Natal.

A Comunidade Aparecida Fé em Deus, na Rua Joaquim Serra, festeja a Santa há quase 40 anos. Este ano trabalhou o tema “Maria, Mãe do Pão descido do céu”.

A Paróquia Nossa Senhora Aparecida (Avenida São Paulo s/n. Vila São Luís, São José de Ribamar), começa a programação às 7h com a primeira missa. Em seguida, tem missas às 12h, 15h, 17h. Às 19h, show Dori Lima e convidados.

Aparecida no nome e no coração

Quando nasceu, a antropológa, turismóloga e especialista em Patrimônio Cultural Imaterial, Wilmara, ganharia ainda um segundo nome: Aparecida. A mãe, Maria das Dores Silva Figueiredo, na época uma devota de Nossa Senhora Aparecida, colocou o nome da Santa na filha ao pedir um bom parto e que ela viesse com saúde. Além disso, a avó paterna de Wilmara, Maria Honorata Figueiredo, contava que a escolha do nome também se deu em função do tom da pele de Wilmara, preta como a Santa. Assim como Wilmara, todas as outras mulheres da família levaram nome de santas.

“Hoje, professamos crenças diferentes mas com muito respeito às raízes desse histórico familiar. Sou adepta do culto afro-brasileiro (tambor de mina) e filha de Oxum, orixá feminino que muitas casas de culto associam a Nossa Sra Aparecida entre outras santas católicas. No meu coração, Nossa Sra Aparecida se junta a Oxum, mas não que elas sejam a mesma entidade. Elas se complementam cada qual com suas virtudes. Então, me considero duas vezes filha de Oxum e de Nossa Sra Aparecida”, disse Wilmara.

Hoje, professamos crenças diferentes mas com muito respeito às raízes desse histórico familiar

A Santa

A imagem de Nossa Senhora Aparecida foi achada em 1717 no Rio Paraíba, por três pescadores. Primeiro, encontraram o corpo e depois, um pouco distanciado a cabeça. Isso se deu miraculosamente, pois a pesca estava escassa.

Domingos Alves Garcia, seu filho João Alves e Felipe Pedroso, entre outros, puseram as mãos no remo, mas, por mais que se esforçassem, não pescaram nada. Foi quando na rede de João Alves, apareceu primeiramente o corpo da pequena imagem de Nossa Senhora, e depois, sua cabeça. Imediatamente as redes se encheram de tanto peixe que os barcos quase afundaram!

Os ribeirinhos logo atribuíram essa pesca milagrosa à presença da imagem de Nossa Senhora da Conceição, que, pelo fato de ter aparecido nas águas, ficou conhecida como Aparecida!