Senador Flávio Bolsonaro compara prisões do 8 de janeiro a Holocausto
Ele alegou que as prisões ocorreram de maneira semelhante aos métodos nazistas.
Durante a sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) fez uma comparação polêmica ao mencionar os presos no ataque às sedes dos Três Poderes, equiparando suas prisões às vítimas do Holocausto.
Ele alegou que as prisões ocorreram de maneira semelhante aos métodos nazistas. Essa declaração provocou uma forte reação por parte do Instituto Brasil-Israel, que emitiu uma nota de repúdio.
A entidade considerou a declaração do senador como uma “distorção negacionista que desrespeita a memória das vítimas”.
“A declaração feita por Flávio Bolsonaro em que compara vítimas do Holocausto aos depredadores de Brasília é um caso clássico de banalização do Holocausto. Flávio decide entrar em resoluções assustadoras, sendo desrespeitoso e ofensivo com a memória”, diz o Instituto Brasil-Israel em nota.
Vale ressaltar que o termo Holocausto se refere ao genocídio conduzido pela Alemanha nazista durante a Segunda Guerra Mundial, no qual mais de 6 milhões de judeus foram exterminados.
O senador fez essa comparação durante o depoimento do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno.
“As prisões de milhares de pessoas nos dias 8 e 9 de janeiro foram feitas nos moldes nazistas. (No Holocausto) a gente via pessoas com medo, querendo fugir do nazismo e sendo direcionadas para estações de trem de forma pacífica, com a falsa promessa que iriam entrar em um trem e fugir do regime, mas enquanto estavam nas estações, eram ligadas as câmaras de gás e as pessoas morriam aos milhares. Muito parecido com o que aconteceu aqui nos dias 8 e 9 de janeiro”, afirmou Flávio Bolsonaro
O Instituto Brasil-Israel contestou veementemente essa comparação, enfatizando que, ao contrário dos detidos e presos por crimes em Brasília, as vítimas do regime nazista não cometeram nenhum crime.
“Foram exterminadas em razão de sua identidade religiosa, nacional, sexual ou política”, diz a nota.