LUTO

Morre José Gregori, ex-ministro da Justiça, aos 92 anos

José Gregori estava internado há dois meses no Hospital Sírio Libanês e não resistiu às complicações de uma pneumonia

Formado em direito pela Universidade de São Paulo (USP), nos anos 1950, Gregori virou símbolo de resistência à ditadura - (foto: ESTADÃO CONTEÚDO)

Por Renata Giraldi, especial para o Correio — Morreu neste domingo (2/9), o ex-ministro da Justiça José Gregori, aos 92 anos, em São Paulo. Internado há dois meses no Hospital Sírio Libanês, na capital paulista, ele não resistiu às complicações de uma pneumonia.

O ex-ministro será velado e sepultado nesta segunda-feira, das 8h às 14h, na Funeral Home, no bairro da Bela Vista (região central de São Paulo).

Formado em direito pela Universidade de São Paulo (USP), nos anos 1950 Gregori virou símbolo de resistência à ditadura (1964-1983). Foi advogado de presos políticos e defendeu a democracia em vários momentos da história recente.

Durante o governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2003), assumiu a Secretaria Nacional dos Direitos Humanos (1997-2000) e, depois, o Ministério da Justiça (2000-2001).

Anti-golpistas

Em meio às ameaças dos golpistas em favor do ex-presidente Jair Bolsonaro, Gregori assinou a “Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado democrático de Direito”. “Não pode haver estado democrático de direito que não respeite os direitos humanos”, afirmava o ex-ministro repetidas vezes.

Às vésperas das eleições e diante da polarização que se instalou no país, Gregori defendeu a chapa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o vice Geraldo Alckmin.

No Twitter, o presidente Lula lamentou a morte do ex-ministro e se solidarizou com a família.

“O jurista José Gregori sempre foi um grande defensor dos direitos humanos e do Estado Democrático de Direito no Brasil, principalmente nos momentos mais desafiadores para nossa democracia”, disse Lula nas redes sociais. “[Gregori] defendeu sempre seus ideais, mesmo nos momentos mais difíceis da nossa história recente”, acrescentou o presidente.

Em nota, a Fundação Fernando Henrique Cardoso ressaltou que Gregori, em seis décadas de vida pública, defendeu os direitos humanos e a democracia. Lembrou ainda que ele era amigo pessoal do ex-presidente Fernando Henrique.

“A Fundação FHC lamenta profundamente o falecimento de José Gregori. Ministro da Justiça, Secretário de Direitos Humanos e amigo do presidente. Ele foi um democrata e um defensor dos direitos humanos em mais de 60 anos de vida pública”, homenageia a fundação.

Também em nota, o PSDB Nacional informou que o ex-ministro deixa um sólido legado. “O PSDB lamenta profundamente a morte de José Gregori, que foi Secretário Nacional dos Direitos Humanos e Ministro da Justiça no Governo Fernando Henrique Cardoso. A democracia brasileira e o sistema judiciário devem muito à sua luta”, diz a nota.

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