TECNOLOGIA

Estudante da rede estadual desenvolve bengala eletrônica para auxiliar pessoas com deficiência visual

Ao unir tecnologias acessíveis, a bengala oferece maior segurança, independência e acessibilidade, promovendo uma experiência de locomoção mais confiante

A Bengala Eletrônica ajuda a aprimorar a mobilidade de pessoas com deficiência visual - (foto: divulgação)

O ideal formativo que se projeta em um jovem é o de que, ao final da Educação básica, tenha constituído e consolidado uma forte base de conhecimentos e de valores, além de ter desenvolvido a capacidade de não ser indiferente aos problemas reais que estão no seu entorno. Esse caminho transformador está sendo trilhado por Pedro Lucas Alves Lisboa, 15 anos, estudante do Instituto Estadual de Educação, Ciência e Tecnologia (IEMA) Tamancão, que usou o conhecimento adquirido no espaço escolar para desenvolver uma Bengala Eletrônica. O equipamento ajuda a aprimorar a mobilidade de pessoas com deficiência visual.

“Fico muito feliz em poder ajudar as pessoas com deficiência visual a se locomover de forma mais segura. O incrível disso tudo é que o projeto inicial seria um sensor de ré, só que nós adaptamos e transformamos no projeto da bengala para auxiliar pessoas cegas. Começamos a pesquisar e encontramos vários artigos de conclusão de curso sobre o assunto.  Após o convite do professor Tiago Anjos, resolvi participar do projeto e fiquei muito honrado pelo resultado obtido”, expressou Pedro Lucas.

Ao unir tecnologias acessíveis, a bengala oferece maior segurança, independência e acessibilidade, promovendo uma experiência de locomoção mais confiante. Ideias semelhantes já foram desenvolvidas por alguns estados, e apesar de não ser inovador, o projeto maranhense foi totalmente pensado pelo estudante Pedro Lucas.

A Bengala Eletrônica Inteligente foi construída com Arduino, uma plataforma de código aberto utilizada para desenvolver projetos eletrônicos. Consiste em uma placa de circuito impresso com um microcontrolador e um ambiente de desenvolvimento de software, que permite programar a placa para realizar diversas tarefas, tais como; como controlar sensores, motores e interagir com outras placas e componentes eletrônicos.

Equipada com um sensor de vibração derivado de smartphones, um sensor ultrassônico e um buzzer (dispositivo que emite som), a Bengala Eletrônica utiliza dados dos sensores para detectar obstáculos e proporcionar feedback imediato por meio de alertas sonoros. 

Projetos exibidos na Expoema 2023

As ações do Governo do Estado seguem priorizando a educação para que estudantes da rede estadual, como Pedro Lucas, tenham acesso à tecnologia e a um ensino de qualidade. O Projeto da Bengala Eletrônica foi um dos destaques na 63ª Exposição Agropecuária do Maranhão (Expoema), realizada de 3 a 10 de setembro, no Parque Independência, em São Luís.

O IEMA Tamancão participou da Exposição nos dias 3, 5 e 9 de setembro, com apresentação de três projetos. Além da Bengala Eletrônica, a escola exibiu os Projetos Monitoramento do comportamento de abelhas nativas com uso de Internet of Things (IoT); e Automação da composteira escolar.

O estudante Pedro Lucas destacou a importância de sua participação na Expoema, edição 2023.

“É uma honra participar de um evento tão grandioso como este. Apresentar o Projeto da Bengala Eletrônica na Expoema é a prova de que a escola pública também produz conhecimento. Já temos algumas ideias para aprimorar a ferramenta e tornar o produto ainda mais viável. Desejamos que o Governo do Estado continue nos apoiando para que mais projetos sejam desenvolvidos e ajudem o nosso estado a crescer cada vez mais”, ressaltou.

O gestor do IEMA Tamancão, Tiago Anjos, destacou a importância do modelo educacional ofertado na escola, que tem ajudado a garantir educação de qualidade para a comunidade do Sítio do Tamancão e adjacências. 

“Hoje, a escola está deixando de ser vista como um lugar de aplicação de pesquisa pela universidade, pelos professores doutores e está sendo vista como uma entidade que produz conhecimento. No IEMA, como instituição, a nossa vocação é falar sobre uma formação técnica, mas ao mesmo tempo falar de ciência, tecnologia e formação pessoal. A nossa missão como escola pública é formar profissionais, formar seres humanos”, ressaltou.

O Professor de Robótica, Luiz Felipe Frazão, estudante egresso do IEMA, também destacou a importância da escola pública para a formação dos estudantes. Ele demonstrou gratidão pelas inúmeras oportunidades que obteve por meio da educação em tempo integral ofertada no espaço escolar.

“A escola pública desempenha um papel fundamental para a formação de nossos jovens. O IEMA Tamancão é uma porta que se abre para essa comunidade. Eu sou fruto da escola pública e posso afirmar que estudar no IEMA contribuiu muito para a minha formação profissional, acadêmica e pessoal. A escola em tempo integral possibilitou que eu conhecesse diversos lugares do Brasil até mesmo outros países. Os projetos desenvolvidos por nossos estudantes refletem o poder da educação para transformar vidas”, proferiu o professor Luiz Felipe.

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