Encerrada a temporada futebolística para o Maranhão Atlético Clube, é hora de balanço. Campeão da Série B do Maranhense, campeão estadual da Série A depois de dez anos, vice-campeão da Copa FMF, por muito pouco o Quadricolor não subiu para a Série C do Campeonato Brasileiro, mas a campanha que realizou foi marcante pela sequência de fases em que avançou.

Todas estas façanhas aconteceram por mérito de um grupo quase 100% maranhense, contando com apoio de uma diretoria que acreditou no material humano que reuniu desde o segundo semestre do ano passado. O momento é também de planejamento para a temporada de 2024, quando o clube estará disputando as copas do Nordeste (fase de grupos) e do Brasil, Campeonato Maranhense e Campeonato Brasileiro da Série D.

Em entrevista ao O IMPARCIAL, o presidente do MAC, Carlos Eduardo Dias Almeida, fala sobre estes e outros aspectos importantes da vida do clube, adiantando que a comissão técnica e 90% do elenco devem ser mantidos.

O IMP – Qual o balanço que o senhor faz desta temporada do Maranhão Atlético Clube, no futebol, em competições estaduais e nacional?

Desde quando assumi, o MAC nunca deixou de disputar as fases finais das competições que disputou, inclusive, no ano que não subiu tinha a melhor campanha até então. Fico muito feliz em ver o torcedor novamente com orgulho do clube.

O IMP – O Maranhão mais uma vez “bateu na trave” e esteve muito perto de conseguir o acesso à Série C do Campeonato Brasileiro. O que faltou para o sonho se tornar realidade?

Não diria que faltou algo. Do mesmo jeito que conquistamos o estadual e passamos para o mata-mata do acesso, foi como perdemos o acesso. Faz parte. O que devemos valorizar é que um grupo genuinamente maranhense, comissão técnica maranhense e de 64 equipes de diferentes regiões do país, chegamos entre os oito, e por pouco não subimos. Ou seja, o maranhense tem condições de brigar lá em cima com qualquer um. Isso ficou comprovado, é isso que devemos valorizar. A hora de subir vai chegar. Questão de tempo.

“Não acredito que faltaram reforços”

O IMP – Até que ponto a falta de maior apoio de patrocinadores teria dificultado os investimentos que poderiam ter resultado na montagem de uma equipe bem reforçada na Série D?

A equipe é forte e competitiva. Não acredito que faltaram reforços. Prefiro acreditar que ainda não era o momento. Até porque foi no detalhe.

O IMP – Como foi possível, então, administrar o clube e montar uma equipe competitiva, ao ponto de receber elogios, inclusive, de parte da imprensa de outros estados?

Além de acreditar na mão de obra maranhense, gestão. Dar as melhores condições de trabalho possíveis aos atletas e comissão técnica. A equipe é o espelho da gestão. Temos que mentalizar isso e continuar o trabalho. Não podemos nos acomodar. O MAC precisa continuar brigando lá em cima em todas as competições que disputar. A grandeza do clube exige isso.

O IMP – A folha de pagamento do Maranhão, segundo informações, era uma das mais baixas da região. O senhor poderia informar quanto custava e de onde vieram as receitas?

A parte financeira é assunto interno do clube. A única coisa que posso afirmar é que estamos com salário e premiações em dias. Não foi só o clube que teve um ano proveitoso, financeiramente. Atletas e comissão também tiveram, foram e continuarão sendo valorizados. Sobre as receitas, além das cotas, contei com alguns importantes patrocinadores, conselheiros e parte do patrimônio do clube. O que ainda é pouco.

O IMP – Financeiramente, como o Maranhão encerra sua participação nesta temporada e, principalmente, qual o saldo da participação no Brasileiro?

Zerado.. (risos),sem qualquer débito. Em dia, tanto futebolisticamente quanto administrativamente. Se as receitas estão zero, debita zerados também.

O IMP – Temporada 2023 encerrada. Quais os planos para 2024, quando o clube tem calendário cheio? Mantém a base da equipe, ou por falta de receita vai ter que liberar alguns jogadores?

Nem as vitórias, nem as derrotas mudam minha forma de pensar o MAC. Desse modo, o principal reforço será a manutenção da comissão e de grande parte do elenco. Já estamos trabalhando para isso. Comissão mantida e 90% do elenco praticamente mantido. Agora estamos abertos a negociações tanto para saída como chegada de reforços. Até porque o futebol é dinâmico e tanto o clube como os atletas precisam fazer caixa.

O IMP – O senhor admite que o Maranhão pode emprestar alguns jogadores a outros clubes locais para as disputas da Copa FMF e depois integrá-los em 2024? Ou tem restrição para não emprestar a determinado clube local?

Sim, podemos emprestar. A tendência vai ser essa, até porque tem atletas do elenco que estão com pouca minutagem e precisam jogar. Não tenho restrições a nenhum clube.

O IMP – Suas considerações finais. Fale alguma coisa que a reportagem não tenha lhe perguntado e que você gostaria de falar para a torcida maqueana.

O acesso era importantíssimo sim, mas não veio, paciência. Mas com a mesma importância foi ter resgatado o clube. Não podemos ficar dez anos para ganhar um estadual, seis anos para disputar um acesso, quatro anos para ganhar uma partida a nível nacional. Isso apequena o clube. Muito feliz em ver o torcedor sorrir, sentir orgulho do clube. Sentir motivação porque o clube está disputando coisas grandes e ganhando dos principais rivais.

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