Sindibebidas lança projeto para incentivar boas práticas na cadeia produtiva de águas envasadas no Maranhão
Além de orientar os consumidores, o Sindicato de Bebidas quer envolver indústrias, revendedores e órgãos fiscalizadores nessa campanha.
O Sindicato das Indústrias de Bebidas, Refrigerantes, Água Mineral e Aguardente do Estado do Maranhão (Sindibebidas), preocupado com a sua cadeia produtiva, a saúde e segurança alimentar da população, está desenvolvendo o Projeto “Águas Minerais e Adicionadas de Sais do Estado do Maranhão”. A iniciativa visa mapear, reconhecer e estimular as boas práticas no segmento de águas envasadas, o que inclui aspectos logísticos, tributários, sanitários, mercadológicos, regulatórios e o melhor entendimento desse mercado.
O presidente do Sindibebidas, Jorge Fortes, explicou que a intenção das visitas foi estreitar vínculos e cobrar ações efetivas de fiscalização e controle da cadeia produtiva da água envasada, ou seja, engarrafada. Outra ação realizada pelo Sindibebidas foi conversar com representantes da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) com o objetivo de debater aspectos técnicos de um projeto de monitoramento da qualidade dos garrafões de água de 20 litros que circulam no estado.
Garrafões de 20 litros
Atuar para a melhoria da qualidade de algumas marcas dos garrafões de 20 litros que circulam no Maranhão é uma das metas do projeto. O estudo feito pelo Sindibebidas atesta que a má qualidade dos garrafões de 20 litros é um problema crônico não apenas no Maranhão, mas em todo o Brasil; afeta todos os elos da cadeia de água envasada e traz prejuízos financeiros e logísticos incalculáveis.
Fortes disse que o problema do garrafão de 20 litros é nacional, mas é potencializado nos estados nos quais o uso da embalagem “PP” (polipropileno) é mais utilizado.
“Isso acontece porque esse tipo de embalagem é de ‘fácil’ reciclagem e acaba por alimentar uma indústria paralela”, explicou Fortes.
Esse problema, de acordo com o levantamento realizado por uma consultoria a pedido do Sindicato, possui duas causas principais. A primeira delas é a suposta má qualidade das resinas, aditivos ou pigmentos e/ou demais insumos utilizados na produção do garrafão em descumprimento ao preconizado pela legislação e recomendações técnicas para embalagens de alimentos e bebidas. A segunda causa é a hipotética falta de regulação e fiscalização de campo.
Na prática, os vasilhames que deveriam durar três anos se deterioram antes de seis meses devido à péssima qualidade, o que sugere a adição de material reciclado nos garrafões novos. Some-se a isso a adição de pigmentos e corantes inapropriados que alteram a transparências dos garrafões de 20 litros. Há ainda a produção de garrafões e tampas exclusivas, com diferentes dimensões das embalagens intercambiáveis e que desrespeitam os processos de certificação.
Dos nove tipos de garrafões intercambiáveis em circulação no Maranhão, quatro sequer são produzidos no estado. São oriundos do Ceará, Goiás, Pará e Santa Catarina. Das 37 envasadoras existentes no estado, 20 forneceram informações sobre o prejuízo anual causado pelas perdas com o descarte de garrafões. A cifra chega a R$ 10 milhões ao ano.
Segurança alimentar
A maior preocupação do Sindibebidas, sindicato associado à Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (FIEMA), é com a qualidade da água vendida no estado visando garantir a segurança alimentar da população. Entre as ações desencadeadas pelo Sindibebidas está a orientação da população sobre os cuidados que devem ser tomadas quando da compra da água mineral.
Entre esses cuidados estão verificar a higiene do ponto de vendas e do entregador, já que a água é um alimento e tem padrões para o seu manuseio; verificar o rótulo para checagem do prazo de validade da água, que é de seis meses, e do garrafão, que é de três anos, além de checar se os garrafões de 20 litros possuem o selo fiscal obrigatório que garante que o envase e a venda da água seguiu o padrão.
De acordo com dados do Sindicato, na última década surgiram mais de 20 novas fontes de água no estado. A maioria delas de água adicionada de sais (31) ou água mineral (06). Jorge Fortes explicou que devido à baixa qualidade da água ofertada pela companhia de abastecimento, o fornecimento de água é um mercado com excelentes oportunidades.
“No entanto, ao mesmo tempo há desorganização, baixa qualificação, informalidade na prestação desse serviço e consequente sonegação fiscal”, finalizou.
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