Morre “Companheiro”, vendedor de um dos cachorros-quentes mais famosos de São Luís
“Companheiro” tinha 82 anos de idade e mais de meio século de trabalho no Centro Histórico de São Luís
Faleceu, na manhã desta terça-feira (22), José Carlos Nunes, conhecido carinhosamente como “Companheiro”, o proprietário do famoso cachorro-quente do Beco da Pacotilha. Ele estava com 82 anos de idade e, nos últimos dias, internado no Hospital Djalma Marques, o Socorrão 1.
Dono de um carisma sem igual, com destaque para a risada aberta e sincera, “Companheiro” se tornou uma das figuras mais conhecidas no Centro Histórico de São Luís. Trabalhando desde os 17 anos de idade, “Companheiro” vendia o famoso cachorro-quente “como o cliente quiser”, pois ele dava opção para o cliente escolher como montar o seu cachorro-quente. A única coisa que não mudava era o sabor irresistível.
“Companheiro” foi responsável por alimentar muita gente que transita e trabalha pelo centro de São Luís. Muitos colegas que passaram pela redação de O Imparcial, davam uma paradinha no trabalho para ir comer o cachorro-quente de “Companheiro” ou já degustavam na chegada à empresa, quando estava ficava na Rua Afonso Pena (O Imparcial era parte da empresa A Pacotilha).
Conhecido por muita gente, “Companheiro” era frequentemente visitado por políticos e grandes nomes do empresariado e da cultura maranhense e, posteriormente, pelos filhos e netos destes, já que a fama do cachorro-quente do “Companheiro” atravessou gerações. Ali, naquele ponto da Ilha, se vendia cachorro-quente e se oferecia um ambiente propício para se encontrar amigos e ficar num bom bate-papo – e “Companheiro” participava dos diálogos.
Tanta popularidade, levou “Companheiro” a ser reconhecido como figura ilustre da cidade. Por ocasião dos 400 anos de São Luís, a então governadora Roseana Sarney condecorou diversas autoridades e personalidades. “Companheiro” foi um destes, para o orgulho da cidade. Ele se tornou “Comendador Companheiro”.
Falar no Beco da Pacotilha é lembrar, indubitavelmente, de “Companheiro”. A ausência dele, nos dias em que esteve acamado, já havia tornado o local menos acolhedor. Com a partida definitiva dele, só restam lembranças de quem pôde desfrutar do sabor inigualável do famoso cachorro-quente.
Companheiro enfrentava problemas de saúde, agravados desde o falecimento da esposa dele.
Em 2021, por ocasião do aniversário de São Luís, a versão impressa de O Imparcial trouxe reportagens sobre nomes que lembram a cidade. “Companheiro” estava lá. Para rever a matéria produzida pela jornalista Patrícia Cunha, clique em “O “Companheiro” do Beco da Pacotilha”.