Menina de 12 anos perde parte do intestino após ser baleada por PMs do Maranhão
O caso ocorreu em meio a uma abordagem considerada irregular pelo Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa.
atualizada às 9h28min de quarta-feira, 30 de agosto de 2023
Policiais militares do Maranhão são suspeitos de terem atirado em uma menina de 12 anos, que foi atingida no abdômen, durante a madrugada do último sábado (27), em Teresina. O caso ocorreu em meio a uma abordagem considerada irregular pelo Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP).
Segundo o delegado Francisco Costa, coordenador do DHPP, a vítima estava em um carro com os pais e a irmã, a cantora piauiense Aline Conrado, ex-participante do programa The Voice Kids. Eles retornavam do município de Timon (MA), onde Aline havia feito uma apresentação.
As investigações indicam que os policiais começaram a seguir a família e, nas proximidades do cruzamento entre as avenidas José Francisco de Almeida Neto e Deputado Paulo Ferraz, trecho urbano da BR-343 em Teresina, foram feitos disparos de arma de fogo contra o carro onde estava a vítima. A criança foi baleada no abdômen. Ao chegar ao Hospital de Urgência de Teresina (HUT), foi constatado que a menina havia perdido parte do intestino. O pai também foi ferido por um dos tiros, que o atingiu de raspão na cabeça.
O delegado explicou que os policiais estavam em busca de suspeitos envolvidos na morte do sargento Francisco Machado de Carvalho Júnior, também da Polícia Militar do Maranhão, que foi assassinado na sexta-feira (25) à tarde, em frente a uma lanchonete na Avenida Barão de Gurgueia, Zona Sul de Teresina.
A situação gerou preocupações sobre a conduta policial e a abordagem realizada, levantando questões sobre os procedimentos de segurança e respeito aos direitos humanos durante ações policiais.
As autoridades continuam investigando o caso para esclarecer as circunstâncias e responsabilidades envolvidas.
Nota da PMMA
Sobre os fatos envolvendo policiais do 11° Batalhão de Timon, a Policia Militar do Maranhão informou que, imediatamente após tomar ciência, instaurou inquérito policial militar para apuração da conduta dos policiais e o afastamento deles. O Comando Geral da Polícia Militar determinou que as investigações sejam feitas pelo Comando de Policiamento do Interior (CPAI).
“A Polícia Militar do Maranhão reafirma o compromisso da instituição em proteger o cidadão e que, sendo comprovado excessos dos policiais, os envolvidos estarão sujeitos às penalidades previstas em lei”, diz trecho da nota da PMMA.
E completa: “A PM reitera que não coaduna com condutas que desabonem o decoro, nem legitima ações que ferem os princípios profissionais e éticos que orientam as atividades da corporação”.