Morre Mestre Abel, referência na confecção de caretas de Cazumbá
Suas caretas fazem parte do acervo do Museu Casa do Pontal (RJ), Museu do Folclore Edison Carneiro (RJ), Museu Afro-Brasileiro (SP) e Museu da Máscara de Bragança, em Portugal
Faleceu, na tarde desta sexta-feira (14), o artesão Abel Teixeira, mais conhecido como Mestre Abel. Ele estava com 83 anos de idade.
Conhecido por sua habiçlidade ímpar na confecção de caretas de cazumbá, Mestre Abel era envolvido com as festas de bumba-meu-boi no sotaque de Pindaré ou Baixada desde criança. Durante muitos anos, representou o Cazumbá, uma das personagens do estilo cultural, brincando no Boi da Floresta de Mestre Apolônio e Nadir.
O trabalho refinado e inconfundível, levou as criações de Mestre Abel para os mais variados grupos de Boi da Baixada e também para diversos museus espalhados dentro e fora do Brasil. Suas caretas fazem parte do acervo do Museu Casa do Pontal (RJ), Museu do Folclore Edison Carneiro (RJ), Museu Afro-Brasileiro (SP) e Museu da Máscara de Bragança, em Portugal. Foram inúmeras caretas feitas por ele, impossível de contabilizar.
“Por conta delas, me levaram até para a Europa. Mas o Cazumba é daqui mesmo”, declarou certa vez.
Mestre Abel, inclusive, era categórico em dizer que não fazia máscaras, mas caretas.
“No Boi, sou Cazumba, que usa a careta”, dizia.
O reconhecimento pelo trabalho como artesão, levou Mestre Abel para exposições temporárias, onde ministrou oficinas e palestras. Em 2009, ele foi prestigiado com o prêmio de “Mestre da Cultura Popular”, concedido pelo Ministério da Cultura do Brasil.
Mestre Abel nasceu no povoado de Santo Inácio, município de Viana, na Baixada Maranhense, em 19 de novembro de 1939. A morte do artesão e amante da cultura popular do Maranhão não leva o seu legado no artesanato de caretas de cazumba e tampouco apaga o seu importante legado na preservação da tradição do Complexo Cultural Bumba Meu Boi do Maranhão, Patrimônio Cultural da Humanidade.